Em meio à tragédia provocada pela maior catástrofe climática do Rio Grande do Sul, o urbanista Pedro Henrique de Christo avalia que é necessária uma nova estrutura urbana para a mitigação de futuros eventos naturais extremos nas cidades brasileiras.
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Pedro Henrique, mestre em Políticas Públicas pela Universidade de Harvard, explicou ao Terra Agora desta quinta-feira, 16, que o modelo de cidade desenvolvido no século XX, baseado em materiais como concreto e asfalto, é responsável pela intensificação de alagamentos e inundações.
"A gente criou um tipo de cidade baseada no concreto, no asfalto, que não permite a absorção da água. Ela aumenta o acúmulo e a velocidade da água e, por consequência, os alagamentos e a destruição. Essa estrutura urbana que funcionou no século XX se tornou uma verdadeira armadilha", cita o urbanista.
O especialista ressalta que modelos bem-sucedidos de urbanismo climático foram desenvolvidos na Holanda e na China a partir de 'cidades-esponja', capazes de absorver as chuvas e que permitem a reutilização da água em momentos de escassez hídrica.
"Não podemos enfrentar os desafios climáticos no século XXI com estrutura do século XX. Se existe um lado bom nessa crise, é o de que ela nos força a decidir que tipo de sociedade nós queremos ser", afirma.
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