Venda ilegal de espécie indiana de tartaruga está causando perda de habitat e mistura genética

Valorizadas pela beleza e pela representação religiosa, tartarugas-estrelada-indiana estão a um passo da extinção

23 fev 2024 - 05h00
As tartarugas-estrelada-indiana estão a um passo da extinção
As tartarugas-estrelada-indiana estão a um passo da extinção
Foto: Reprodução/Reuters

O comércio ilegal de tartarugas-estrelada-indiana, nativa da índia e do Sri Lanka, tem causado grandes perdas à espécie. De acordo com a crença indiana, o animal, que possui estrelas nas costas, é capaz de trazer boa sorte e bênçãos devido à associação com o deus do hinduísmo Vishnu.

Com tantos casos, a venda internacional da espécie foi classificada como ilegal em 2019. Um ano depois, o réptil foi declarado como “vulnerável” na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), ou seja, como provável em se tornar em perigo a menos que suas condições de ameaça diminuam - sendo a principal delas, o comércio ilegal. 

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Porém, não é apenas isso que a ameaça representa. Um estudo publicado em 2023 por um pesquisador da Universidade Nacional da Coréia do Sul, chamado Shantanu Kundu, revelou que a diversidade genética da espécie, bem como o habitat, sofreram grandes perdas devido às vendas. 

Os pesquisadores também levantaram preocupações de que as translações não científicas resultaram em uma mistura genética de diferentes tipos da espécie, representando um desafio na segregação das populações disponíveis a nível genético. 

Segundo o jornal indiano Times of India, só em 2022, quase 4 mil animais foram apreendidos no aeroporto de Chennai. Desde o início do ano, cerca de seis foram encontradas abandonadas em diferentes locais na Índia, sendo quatro delas sob a suspeita de contrabando, de acordo com informações de mídias locais. 

De acordo com Chris Shepherd, diretor executivo da Monitor, uma organização sem fins lucrativos dedicada a combater comércio ilegal de vida selvagem na British Columbia, no Canadá, um dos fatores que aumenta o risco da extinção da espécie é a demora amadurecer e para reprodução. Por este motivo, não conseguem repor as perdas. 

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“Acho que o comércio está continuamente dizimando a espécie e deveria haver mais trabalho para monitorar preços, rotas e quantidades”, diz ele ao National Geographic. “Mas, no final das contas, só há duas coisas que podem realmente ser feitas: os consumidores têm de parar de comprar estes produtos e as agências de fiscalização em locais-chave ao longo da rota comercial precisam realmente de fazer o seu trabalho”. 

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Fonte: Redação Terra
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