Uma das curiosidades do mundo animal é o veneno de espécies de mamíferos. Existem apenas quatro na natureza: o musaranho, o lóris-lento, o almiqui e o ornitorrinco. Animais curiosos. Saiba mais sobre cada um deles
Foto: Montagem Flipar
Os musaranhos são animais de pequeno porte que comem principalmente insetos. Eles medem cerca de 10 cm (alguns não ultrapassam 2,5 cm) e pesam cerca 15 gramas. Mas são devoradores vorazes e possuem um veneno comparável ao de várias serpentes. Esses animais têm visão ruim, mas excelente olfato.
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Os lóris, popularizados pela animação "Madagascar", são os únicos primatas venenosos. Encontrados no sudeste asiático, na China, Índia e Arquipélago Malaio, eles são alvos de tráfico e encontram-se em risco de extinção.
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Os almiquis são nativos das ilhas de Cuba e Hispaniola. Esses animais têm antepassados que remontam a 30 milhões de anos. Eles medem de 28 a 32 cm, além da cauda entre 17 e 27 cm. Os almiquis têm hábitos noturnos e sua saliva é venenosa.
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Dos mamíferos venenosos, o que chama mais atenção é o ornitorrinco, espécie nativa da Austrália e da Tasmânia. De acordo com a Bonorong Wildlife Sanctuary, casos de envenenamento por ornitorrincos são raros na Austrália. Nos últimos 20 anos, foram relatados apenas cinco, um número considerado baixo. Mas vale o alerta.
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Afinal, em 2023, uma mulher chamada Jenny Forward decidiu ajudar um ornitorrinco ferido no meio-fio e acabou sendo envenenada. O caso ocorreu em Kingston, na Austrália. A mulher, sem proteção, conduziu o mamífero semiaquático com as mãos. Acabou sendo internada com intensa dor.
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O veneno do ornitorrinco causa dor, mas não é letal para o ser humano. “Dependendo do grau de envenenamento, pode causar inchaço localizado grave e dor muito forte que diminui gradualmente ao longo de algumas semanas”, afirma a Australian Platypus Conservancy (APC).
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Na espécie Ornithorhynchus anatinus, somente os machos têm esporões, de 1,5 centímetro, nas patas traseiras conectados a glândulas de veneno. Elas aparecem na época de acasalamento, na competição pelas fêmeas.
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Há um grande desconhecimento sobre a vida dos ornitorrincos, que, apesar de serem associados a ambientes aquáticos, costumam se alimentar na água, dormem em tocas terrestres e andam diariamente.
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“Os ornitorrincos viajam longas distâncias em terra e também usam as áreas de drenos das rodovias [para se locomover]”, afirma Greg Irons, diretor do Bonorong Wildlife Sanctuary, para o canal ABC News. Então, é possível observá-los em estradas, estando 100% saudáveis.
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Segundo especialistas, quem encontra um ornitorrinco ferido, deve gravar vídeos, tirar fotos e enviar a equipes responsáveis por resgate de animais selvagens. Nunca deve pegar o animal. Ao relatar a tentativa de resgate, Forward disse que sentiu uma dor repentina e insuportável e, logo, percebeu que o esporão estava fixado em sua mão.
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“Foi como se alguém tivesse esfaqueado”, explica. Apesar da dor, ela retirou o esporão, colocou o ornitorrinco no carro e foi buscar ajuda para os dois.
Foto: Divulgação/Jenny Forward
No tratamento, a equipe médica receitou analgésicos e antibióticos. A ferida causada pelo animal passou por uma limpeza e foi suturada, com alguns pontos. Forward, porém, explicou que a dor e o inchaço não passaram mesmo após uma semana.
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O veneno de ornitorrinco não se propaga pelo corpo ou causa febre, náuseas, sangramentos espontâneos e dificuldade respiratória. Não é necessário um procedimento similar aos de picadas por cobras e aranhas, e o foco é apenas no alívio dos sintomas.
Foto: Facebook/Australian Platypus Conservancy
No momento, não existe um antídoto aprovado para esse tipo de veneno. São utilizados somente anestésicos que bloqueiam os nervos, como a bupivacaína, que também visam a diminuir a dor.
Foto: Facebook/Australian Platypus Conservancy
O ornitorrinco é um mamífero australiano da Ordem Monotremata, tendo como principal característica o fato de ser um mamífero que põe ovos. Ele é carnívoro e se alimenta de pequenos animais, como insetos e camarões.
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“As fêmeas escavam tocas e põem de um a três ovos semelhantes ao dos répteis, de casca meio escamosa. Quando os filhotes nascem se alimentam lambendo o leite que escorre das glândulas e se deposita na barriga da mãe, já que ela não possui mamas”, explica o biólogo Dhiordan Lovestain.
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O veneno dos ornitorrincos ajuda na proteção da espécie na época do acasalamento. Eles usam justamente essa arma natural para evitar a ação de predadores.
Foto: Facebook/Bonorong Wildlife Sanctuary
A Australian Platypus Conservancy é uma uma organização não governamental e sem fins lucrativos, fundada em 1994 e dedicada à conservação do ornitorrinco. Os estudiosos fazem diversas ações de preservação e descrevem as principais ameaças para o animal, visando à sobrevivência da espécie.
Foto: Facebook/ Australian Platypus Conservancy
Bonorong é um santuário para a vida selvagem administrado por uma equipe que cuida, inclusive, de animais em risco de extinção no país. Além do foco na preservação de animais, o Santuário oferece treinamento gratuito para os membros da comunidade interessados nos conceitos básicos de resgate e transporte de vida selvagem.
Foto: Facebook/Bonorong Wildlife Sanctuary
O nome 'BONORONG' é derivado de uma palavra aborígene que significa 'companheiro nativo'.
Foto: Facebook/Bonorong Wildlife Sanctuary
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