Em um mundo cada vez mais voltado para a digitalização e o compartilhamento de informações, o conceito de domínio público se tornou uma questão relevante e amplamente debatida. As obras que entram nesse regime legal se tornam acessíveis para o público sem a necessidade de pagar direitos autorais aos herdeiros ou representantes legais do autor.
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Em 2025, diversas obras icônicas entrarão para o domínio público, e o impacto disso será significativo, tanto no aspecto cultural quanto econômico. Entenda, então, o conceito de domínio público, as regras que regem a entrada de obras nesse status, e algumas das obras que farão parte dessa lista já neste ano.
Foto: Divulgação Disney
O domínio público é um status legal concedido a obras criativas que, após um período determinado pela legislação, deixam de ser protegidas por direitos autorais. Esse período de proteção geralmente se baseia na vida do autor ou na data de publicação, variando conforme o país.
Foto: Domínio público
No caso do Brasil, por exemplo, a Lei de Direitos Autorais determina que uma obra entra em domínio público 70 anos após a morte do autor, com a contagem iniciando-se no primeiro dia de janeiro do ano seguinte à morte.
Foto: Youtube Canal João Araujo
Esse período de exclusividade é o que garante aos autores o controle sobre o uso de suas criações e a remuneração por elas. Com a entrada de uma obra no domínio público, ela pode ser utilizada livremente por qualquer pessoa para reprodução, adaptação, comercialização ou qualquer outra forma de utilização.
Foto: Reprodução do site infantv.com.br
Isso gera uma enorme riqueza cultural, pois permite que novos projetos, livros, filmes, músicas e até adaptações artísticas surjam a partir dessas obras. A democratização do acesso a essas criações também tem um impacto positivo na educação e na cultura popular.
Foto: Youtube/gustavo amorim
Vale ressaltar que, embora as obras em domínio público possam ser usadas sem a necessidade de pagar royalties, os direitos morais do autor, como o direito ao crédito pela obra e a proibição de alterações que possam prejudicar a honra ou a reputação do autor, continuam válidos.
Foto: Divulgação
No Brasil, por exemplo, ao usar uma obra em domínio público, é necessário dar os devidos créditos ao autor, mesmo que seus direitos patrimoniais tenham expirado.
Foto: Estúdio Luiz Musso / Domínio Público
A cada ano, novas obras entram em domínio público, proporcionando novas oportunidades para criadores, pesquisadores e educadores. 2025 será um ano particularmente interessante, com a entrada de algumas obras icônicas e de grande impacto cultural. Saiba quais!
Foto: Wikimedia Commons/Domínio Público
O marinheiro Popeye, criado pelo cartunista Elzie Crisler Segar, teve sua primeira aparição em 1929 e, em 2025, entrará oficialmente em domínio público.
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Essa personagem, que conquistou o coração de gerações com sua força sobre-humana e sua relação com o espinafre, poderá ser utilizada de diversas formas, desde novas adaptações e releituras a produtos licenciados.
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Porém, vale observar que algumas das características do personagem, como a associação ao espinafre, introduzida em 1932, só se tornarão públicas mais tarde, possibilitando o uso completo da marca. Olivia Palito, outra personagem central da série, já está em domínio público desde 2015, o que amplia as possibilidades de uso.
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Outro ícone que entrará em domínio público é o jovem repórter Tintim, criado pelo belga Hergé. As primeiras tiras com Tintim e seu fiel cão Milu foram publicadas em 1929. Agora, após 95 anos, essas aventuras podem ser exploradas de novas maneiras.
Foto: Youtube/ As Aventuras de Tintim
O universo de Tintim, que ao longo dos anos foi enriquecido com personagens como o Capitão Haddock (foto) e o Professor Girassol, também poderá ser reinterpretado por novas gerações de criadores, possibilitando produções cinematográficas, adaptações teatrais e até quadrinhos modernos.
Foto: Reprodução do site tintimportintim.com/2016
No Brasil, 2025 marca o 70º aniversário da morte do escritor e poeta Oswald de Andrade, um dos maiores nomes do modernismo brasileiro. Obras fundamentais como o "Manifesto Antropófago" serão, a partir deste ano, de domínio público, o que abrirá espaço para novas leituras e interpretações dessas ideias revolucionárias.
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A escritora inglesa Virginia Woolf, conhecida por sua obra literária e seus ensaios feministas, também terá algumas de suas obras, como o ensaio "Um Teto Todo Seu", liberadas em 2025. Publicado em 1929, esse trabalho sobre a liberdade da mulher e as questões de gênero na literatura é considerado um marco na história do feminismo e será agora acessível para adaptação, tradução e outras formas de uso.
Foto: George Beresford - Wikimédia Commons
Os personagens criados pela Disney, que fazem parte do imaginário coletivo, também têm suas datas de entrada em domínio público. Em 2024, uma das primeiras versões do Mickey Mouse, que apareceu nos filmes "O Vapor Willie" e "Plane Crazy" em 1928, entrou em domínio público.
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Isso significou o fim da exclusividade de controle sobre a figura original do Mickey. Produções alternativas, como o filme de terror "Mickey's Mouse Trap", já exploram essa nova liberdade criativa. Em 2026, o personagem Pluto também se juntará ao rol das figuras públicas.
Foto: Instagram @mickeymouse
O domínio público não apenas democratiza o acesso a obras culturais importantes, mas também impulsiona a criatividade e a inovação.
Foto: Instagram @mickeymouse
Ao liberar obras que antes estavam restritas a um pequeno grupo de detentores de direitos, o domínio público oferece a oportunidade de novos criadores trabalharem sobre essas bases, trazendo novas perspectivas e soluções artísticas.
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Além disso, ao permitir que as obras sejam utilizadas em materiais educacionais, pesquisas acadêmicas e projetos culturais, contribui para o enriquecimento do conhecimento coletivo.
Foto: Reprodução Tv Globo
Porém, o impacto do domínio público vai além da esfera artística. Ele pode ter implicações econômicas, especialmente em indústrias criativas como cinema, música, literatura e até design.
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Com a possibilidade de reutilizar essas obras, as indústrias podem reduzir custos com licenciamento e, ao mesmo tempo, fomentar uma produção mais rica e diversificada.
Foto: Hermann Traub pixabay
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