Primeiros movimentos
Para ocupar espaços até então destinados aos homens, algumas feministas das décadas de 1920 e 1930 usavam roupas e calçados masculinos para "marcar território". Uma delas foi a jornalista Eugênia Álvaro Moreyra.
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Sapatos masculinos
A expressão se disseminou nos anos 1970, quando diversas lésbicas optaram por usar sapatos masculinos para marcar sua identidade. Como não haviam modelos em numerações maiores, elas acabam usando calçados proporcionalmente grandes.
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Estereótipo
Durante muito tempo, a palavra "sapatão" foi usada de forma pejorativa, como xingamento e para estereotipar as lésbicas que adotavam um visual mais masculinizado.
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Marchinha
O termo, como artifício "sarrista", ganhou corpo com a marchinha "Maria Sapatão", escrita por João Roberto Kelly e famosa na voz do apresentador Chacrinha nos anos 1980. "De dia é Maria, de noite é João", diz a música hoje evitada.
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Poemas
Outra possível fonte de origem da palavra, segundo historiadores, são os poemas sobre amores lésbicos do poeta Gregório de Matos (1636-1696) em que aparece a figura de uma mulher chamada Luiza Sapata.
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Cultura pop
Ao longo do tempo, o termo foi sendo incorporado à cultura pop e adotado sem ressalvas por mulheres lésbicas. Um exemplo é a frase da vilã Nazaré Tedesco na novela "Senhora do Destino" - "Sapatonas! Eu sinto longe o cheiro de couro" - referindo-se aos sapatos de couro.
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Identidade
Celebridades como a atriz global Bruna Linzmeyer tiveram enorme contribuição para ressignificar a palavra, concedendo-lhe prestígio, viés político e orgulho. A autodeclaração "sou sapatão" ganhou sentido totalmente afirmativo.
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Resistência
A luta pelo fim do preconceito à comunidade LGBTQIA+ é vigilante e constante. Ao se apropriar de palavras que tiveram sentido pejorativo, como "sapatão", a representatividade e a diversidade ganham reforço.
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Terra NÓS
Conteúdo de diversidade feito por gente diversa.
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