Morte de Sara Mariano: marido era agressivo e teria forçado relações sexuais

Corpo de cantora foi carbonizado e encontrado na sexta-feira (27)

Foto: Instagram @saramariano.br

De acordo com o advogado Marcus Rodrigues, que trabalha para a família de Sara Mariano, Ederlan Santos Mariano, preso pela morte da própria esposa, teria forçado relações sexuais contra a vontade dela. Ela teve o corpo carbonizado e foi encontrada na sexta-feira (27), após ficar três dias desaparecida.

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Em entrevista à TV Bahia, afiliada da Rede Globo, o advogado ressaltou que a cantora era constantemente agredida pelo marido e salientou que acredita que há premeditação no crime. Ederlan foi detido por prisão preventiva, porém a polícia investiga se há a participação de outras pessoas no caso.

Foto: Reprodução de vídeo G1

"Era um relacionamento tóxico, em que ele agredia ela, não somente a verbalmente, como fisicamente também. Ele bebia muito, chegava em casa agredindo, forçava a Sara a ter relações sexuais, e isso acabou nesse fato criminoso", analisou Marcus.

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Durante a entrevista, Marcus citou o áudio que Sara gravou para a irmã, Soraya Correia, em que deu a entender que o marido tinha um temperamento instável e desejava adquirir uma arma de fogo. A residência do casal fica em Valéria, bairro periférico de Salvador, às margens da BR-324.

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"O áudio corrobora que ele já vinha premeditando o fato. O momento em que, de forma repentina Sara visualiza que ele tem esse contato com a pessoa que era envolvida com o tráfico de drogas, para compra de uma arma, já deixa claro para todos nós que ele estava premeditando esse crime bárbaro", pontuou Marcus.

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"Eu disse [a ele]: 'se tu comprar uma arma, me separo de tu, porque do jeito que tu é, sem arma já destrói tudo, imagina com arma'", disse a cantora gospel para a irmã através de um áudio.

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No último sábado (28), Ederlan foi preso ao confessar o crime à polícia. Detido de forma preventiva, ele teve a intenção destruir as possíveis provas que estavam armazenadas no celular da vítima e prejudicar as investigações dos fatos, bem como impedir a aplicação da lei pena", segundo um dos delegados.

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Sara Mariano tinha 35 anos, morava no bairro de Valéria, na capital baiana, e comandava a "TV Shalom", canal na internet que tem 256 mil inscritos. Ela produzia conteúdos voltados para o público evangélico e tinha mais de 50 mil seguidores em um dos perfis nas redes sociais

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Sara foi vista pela última vez na noite de terça-feira (24), ao sair de casa. Depois disso, Ederlan Mariano registrou um boletim de ocorrência informando o desaparecimento da esposa, ao alegar que ela estava em eventos religiosos. O casal teve um relacionamento de treze anos e uma filha de 11, que até o momento não sabe por quem foi acolhida.

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"A família está destroçada. Eu ainda não tive contato com a filha, que pra mim é uma das maiores vítimas também. Estamos aguardando ansiosamente a chegada da mãe [de Sara], para a gente dar continuidade e fazer com que a justiça seja feita", disse Marcus.

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Três dias depois do desaparecimento, o corpo de uma mulher foi encontrado carbonizado em uma área de mata às margens da BA-093, na região de Dias D'Ávila, na cidade da região metropolitana de Salvador.

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Na ocasião, Ederlan reconheceu que o corpo era de Sara através de um anel e uma sandália que foram encontrados próximos ao cadáver. No mesmo dia, o pastor André Santos, amigo da cantora gospel, rechaçou a versão sobre o suposto evento religioso.

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Além dele, Soraya, irmã, e Dolores Freitas, mãe da vítima, questionaram a versão de Ederlan. A mãe de Sara, inclusive, afirmou que a filha havia dito que tomaria uma decisão importante no dia que desapareceu.

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Depois de confessar o crime, Ederlan foi preso no último sábado (28) temporariamente. No momento, os delegados investigam se houve clara intenção do investigado "em destruir as possíveis provas que estavam armazenadas no celular da vítima e prejudicar as investigações dos fatos, bem como impedir a aplicação da lei penal".

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"O planejamento da morte da cantora começou um mês antes da execução, então, se começou um mês antes, é bem possível que tenha mais autores responsáveis pelo crime", destacou o delegado Euvaldo Costa.

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Antes disso, ele chegou a ir às redes sociais para lamentar o desaparecimento da esposa e pedir ajuda às pessoas.

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Os laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) vão apontar de que maneira Sara Mariano foi assassinada. O intuito, portanto, é esclarecer se ela foi morta antes de ter seu corpo carbonizado, ou se foi queimada viva.

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"O corpo foi carbonizado e é necessário o exame da necropsia, para saber se essa carbonização foi antes, durante ou após a morte, e até para saber se houve outros crimes, como asfixia, lesão corporal, se houve disparo de arma de fogo ou golpe de arma branca. Nesse exame a gente vai saber a total realidade do fato criminoso, e pode demorar. Por isso, creio que não vai ser liberado amanhã", explicou o delegado Euvaldo Costa

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O advogado Marcus Rodrigues, que representa a família da cantora, contou que a própria sogra aconselhou a nora a não terminar o casamento, pois seu filho poderia matá-la.

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"Em conversa com a própria mãe do acusado, ela disse que estava pensando em separar, porque não via mais outra alternativa. A mãe [de Ederlan] falou: 'não separe, que se você separar ele vai te matar'. Então assim, ela tinha três medos com a separação: o afastamento do lar, ser julgada por causa da religião e de perder a vida", disse Marcus.

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Quem também falou sobre uma possível ameaça de morte caso Sara pedisse a separação foi sua irmã, Soraya Correia. Ela relatou que Ederlan agredia sua irmã constantemente e ela já chegou a se trancar no quarto com a filha do casal, uma criança de 11 anos.

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"Ela estava com medo dele, dizia que ele era agressivo. Ele ameaçava de morte. Ela chegou a dizer algumas vezes que ia denunciar, e ele disse que ela podia até denunciar, mas no dia que ele saísse de lá, ia acabar com a raça dela. Ele fazia uma quebradeira dentro de casa. Um dia, ela se trancou dentro do quarto com a criança. Tenho provas, tenho áudios em que minha irmã contava", destacou Soraya.

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Soraya desembarcou em Salvador no último domingo (29) para reconhecer e liberar o corpo da vítima, que segue no Instituto Médico Legal (IML) da capital baiana. Ela mora no Ceará e se deslocou, muito abalada, até a capital baiana

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"Estou arrasada, minha família toda está arrasada. O monstro que fez isso com minha irmã e as pessoas que ajudaram ele, quero que paguem por isso. Eu quero perguntar para Ederlan porque ele fez isso, quanto custou a vida da minha irmã", disse, aos prantos

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