Os erros do "Caso Eloá", tema de reestreia do "Linha Direta"

O sequestro seguido de morte, cometido por ex-namorado da vítima, rendeu críticas à polícia e à imprensa

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Linha Direta

O programa “Linha Direta”, que será comandado por Pedro Bial, está retornando hoje para a programação da TV Globo, após uma pausa de 16 anos. Na sua reestreia, o público irá relembrar o caso de feminicídio ocorrido na cidade de Santo André em 2008.

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O caso

O caso Eloá foi um dos feminicídios mais emblemáticos do país e teve cobertura internacional. Mas não foi chamado de feminicídio à época. A tipificação do crime não existia e o termo era pouquíssimo conhecido

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Episódio

Lindemberg Alves, então com 22 anos, invadiu o apartamento da ex-namorada, Eloá, de 15, quando ela e as amigas faziam trabalhos escolares. O sequestro durou cinco dias e resultou na morte dela. Lindemberg, que não teve ferimentos, foi preso e condenado a mais de 98 anos de prisão. Em 2013, teve pena reduzida a 39 anos.

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Despreparo policial

A condução da polícia foi duramente criticada. Um dos pontos principais é que eles autorizaram a volta de Nayara, amiga de Eloá que tinha sido libertada pelo sequestrador, para o apartamento – contando com a ajuda de uma menina de 15 anos para resolver a crise.

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Despreparo policial

À época, especialistas também apontaram a falta de conhecimento da polícia para lidar com crimes do tipo. Segundo eles, quanto mais se estende o sequestro, mais inconstante o criminoso tende a ficar. O sequestro durou mais de 100 horas.

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Sensacionalismo midiático

Enquanto a situação crítica se desenrolava, diversos canais de televisão cobriam ao vivo – sem nenhum cuidado em relação às vítimas, meninas menores de idade.

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Ética zero

A apresentadora Sônia Abraão inclusive telefonou para o apartamento e conversou com o sequestrador, que se sentia ainda mais poderoso em seu desejo de dominação.

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Sônia Abrão

Em entrevista neste mês, a apresentadora do programa “A Tarde é Sua” relembrou sua participação na cobertura do caso e afirmou que “faria tudo de novo”, o que gerou críticas severas da cunhada de Eloá: "Ainda não sei se isso chegou até a minha sogra, mas a declaração dela causa muita dor", afirmou Cíntia Pimentel.

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Feminícidio

O Caso Eloá teve um final trágico e promove até hoje um debate sobre a violência de gênero e o quanto milhares de mulheres perdem sua vida todos os dias, apenas pela condição de serem mulheres.

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