Elas existem
Há vários pontos em discussão no Brasil envolvendo a comunidade LGBTQIA+ e a classe médica, que costuma ser acusada por essa população de patologizar pessoas trans. Uma coisa, porém, é consenso: crianças trans existem.
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Estudo controverso
Uma das questões em xeque é um estudo de 2017, comumente citado por especialistas, de que em pessoas trans a formação do cérebro e da genitália não se dá ao mesmo tempo. Isso provaria que as pessoas já nascem trans e que entre 2 e 4 anos as crianças já teriam consciência sobre seu gênero.
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Determinismo biológico
Essa afirmação, porém, reduz gênero a um pênis ou a uma vulva, desprezando fatores identitários, e contribui para a patologização das existências trans. É ainda reducionista por ignorar pessoas não binárias e intersexo.
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Conceito ultrapassado
Especialistas como a pesquisadora Ísis Gois, do Núcleo de Estudos, Pesquisa, Extensão e Assistência à Pessoa Trans Professor Roberto Farina da Unifesp, avisam que entender crianças trans como pessoas com dissidência entre cérebro e genitália é uma visão ultrapassada e simplista.
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Diagnóstico problemático
Uma das conversas sobre o tema é que pensar a transgeneridade não significa cravar um diagnóstico, pois não se trata de uma doença. Não existe um laudo, como costumam solicitar algumas escolas, para atestar que a criança é trans.
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Variabilidade x disforia
Há crianças que nos primeiros anos transitam entre um gênero e outro e acabam se identificando com aquele que não foi designado no nascimento. Outras têm disforia de gênero, que envolve um grande desconforto com parte do corpo ou corpo em geral.
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Bloqueio puberal
Nenhuma criança usa hormônios para "virar menino ou menina". Quando há disforia de gênero com sofrimento psíquico é recomendado um bloqueio da puberdade com medicamentos. E ele só pode ser feito após protocolo assinado pelo Conselho Federal de Medicina e se for vinculado a um projeto de pesquisa acadêmica e em clínica ligada ao SUS.
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Medicação
O bloqueio da produção de hormônios é reversível e costuma ser indicado até os 16 anos. A partir dessa idade, já pode iniciar a chamada terapia hormonal cruzada embasada na resolução 2265 do CFM de 2019, que reconhece a puberdade como um momento crítico para uma pessoa trans.
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Cirurgias
Só depois dos 18 anos é possível ter acesso às cirurgias como a de redesignação sexual (procedimento para reconstruir a genitália conforme a identidade de gênero), entre outras.
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Fase?
O projeto TransYouth acompanha cerca de 300 crianças entre 3 e 12 anos em transição nos Estados Unidos e Canadá e concluiu que apenas 2,5% das crianças trans mudam de ideia após cinco anos, o que vai contra as teorias leigas de que trata-se de "uma fase".
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Papel dos pais
Nenhum pai ou mãe "estimula" uma criança a ser trans ou tem "culpa" sobre a identidade de gênero do filho ou da filha. O apoio da família, no entanto, é fundamental para a construção e manutenção da autoestima e para o empoderamento de pessoas trans.
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Terra NÓS
Conteúdo de diversidade feito por gente diversa.
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