Resgatar para visibilizar: 7 marcos da história lésbica brasileira

Da Ditadura Militar à 'Safo de Perdizes', as memórias lésbicas resistem ao apagamento histórico

Foto: Um Outro Olhar

1 - Dia da Visibilidade Lésbica

Foi em 29 de agosto de 1996 que aconteceu o primeiro Seminário Nacional de Lésbicas. Desde então, é o dia em que mulheres que amam outras mulheres comemoram suas existências. Mas a história das lesbianidades do Brasil começa muito antes disso…

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2 - Filipa de Souza

De acordo com registros históricos, começa em 1591, com a portuguesa Filipa de Souza. Acusada de “práticas nefandas”. Filipa foi açoitada, humilhada em praça pública e expulsa da Capitania da Bahia por seu envolvimento amoroso e sexual com outras mulheres.

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3 - Operação Sapatão

Na Ditadura Militar brasileira, pessoas LGBTQIA+ sofreram perseguição e foram alvo de torturas. Um dos momentos mais emblemáticos aconteceu em 1980, quando a Polícia Militar saiu às ruas de São Paulo para prender o maior número de lésbicas possível. A operação ficou conhecida como ‘Operação Sapatão’.

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4 - Safo de Perdizes

Uma das mulheres lésbicas perseguidas durante a Ditadura Militar foi Cassandra Rios. A ‘Safo de Perdizes’ é considerada a escritora mais perseguida durante a época. Seus livros, que abordavam o amor e a relação entre mulheres, foram tirados de circulação com tanta ferocidade pelos militares que até hoje é difícil encontrar suas mais de 50 obras em livrarias e sebos.

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5 - ChanaComChana

Em 1981, surgia o Grupo Ação Lésbica Feminista (GALF), um dos primeiros grupos de organização política homossexual do Brasil. Para divulgar o movimento, as ativistas produziam o panfleto ChanaComChana, a primeira produção feita por e para mulheres lésbicas brasileiras.

Foto: Um Outro Olhar

6 - Lavante Ferro's Bar

Em 1983, Rosely Roth e várias integrantes do GALF realizaram o levante do Ferro’s Bar, em São Paulo, pelo direito de distribuir a publicação lésbica ChanaComChana, de falar sobre lésbicas e lesbianidade e de existir amando mulheres. O evento ficou conhecido como o “Stonewall lésbico brasileiro”.

Foto: Memorial da Resistência

7 - Vange Leonel

Nos anos 1990, muitas outras lutadoras chutaram a porta e fizeram história em palcos, livros e colunas de grandes jornais, mostrando a força da mulher lésbica. Vange Leonel, cantora brasileira, é um exemplo disso. “Se me chamam de lésbica ou safista, sinto orgulho e me envaideço: a origem dos termos é nobre”, disse naquela época.

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Arquivo Lésbico Brasileiro

Resgatar a memória política do Movimento é visibilizar uma história violentamente apagada. É nesse sentido que surge o Arquivo Lésbico Brasileiro (ALB), em 2020. A organização disponibiliza um acervo digital de memórias lésbicas, democratizando o acesso e combatendo o apagamento histórico.

Foto: Memorial da Resistência

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