Por que não temos sobrenomes africanos?

No Brasil 54% da população é de ascendência africana, mas sobrenomes angolanos, congoleses ou nigerianos são raros

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No Brasil

Nos primeiros anos do Brasil, a Igreja Católica fazia os registros de nascimento apenas com o prenome, sem um sobrenome. Foi somente no século XIX que os registros civis passaram a incluir sobrenomes nas certidões de nascimento.

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Sobrenome europeus

Uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Aplicada) de 2016 revelou que a maioria da população brasileira tem sobrenome de origem ibérica, vindo especificamente de países como Espanha e Portugal.

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Rebatizados

A história dos sobrenomes nos revela como os brasileiros nativos (os de origem indígena) e os descendentes de africanos foram “rebatizados” ao longo dos séculos, por processos diversos.

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Dessocialização

A mudança de nomes fazia parte do próprio processo de dominação. Buscava-se dessocializar e despersonalizar os africanos, para inseri-los como escravos.

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História

Conforme a doutora em linguística Patrícia Carvalhinhos, a concessão de terrenos influenciou na formação dos sobrenomes no Brasil. “Era normal pessoas adotarem sobrenomes em referência ao lugar onde moravam”, disse em entrevista ao "Estadão".

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Troca de nome

Traficantes de escravos registravam os raptados com outros nomes. Quando chegavam ao Brasil, o sobrenome era dado também pelo local de embarque. Por isso era comum encontrar, por exemplo, um José da Costa, vindo da Costa do Ouro.

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Apagamento

Ainda segundo Patrícia, os costumes de trocas de nomes dificultam até hoje o mapeamento de registros étnicos.

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Estruturas linguísticas

A doutora ainda menciona que, no Brasil, os africanos aprenderam o tupi e "essa mistura influenciou no apagamento dos nomes das famílias”.

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