Um deles é o atum-rabilho, utilizado em sushis e sashimis. Atualmente, é o peixe mais caro do mundo, superando significativamente outras espécies, como o atum-bonito.
Foto: wikimedia commons Takashi Hososhima
No entanto, a alta demanda e a pesca excessiva reduziram drasticamente a população do atum-rabilho, colocando a espécie à beira da extinção em 2010.
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Em 2019, o magnata do sushi Kiyoshi Kimura pagou US$ 3,1 milhões por um atum-rabilho de 278 kg em um leilão em Tóquio, estabelecendo o recorde do peixe mais caro da história.
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Nos últimos anos, esforços para pesca sustentável e combate à pesca ilegal resultaram em uma notável recuperação populacional, com o atum-rabilho-do-atlântico e do Pacífico saindo de categorias críticas de ameaça na lista da IUCN.
Foto: autor desconhecido / wikimedia commons
Porém, agora as mudanças climáticas agora representam uma ameaça significativa para este peixe, afetando metabolismo, reprodução e migração dos atuns.
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Estes peixes, que podem atingir até 3 metros e viver 40 anos, migram milhares de quilômetros para desovar e caçar, mas seus padrões migratórios estão mudando devido ao aquecimento global.
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Com o aquecimento dos oceanos, o atum-rabilho está migrando para águas mais frias, como o litoral de Massachusetts e a Islândia, a uma velocidade de 4 a 10 km por ano.
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No Mediterrâneo, principal local de desova, temperaturas acima de 28 °C prejudicam o metabolismo e o crescimento dos jovens atuns, forçando-os a buscar novos habitats, como o golfo de Biscaia, situado entre a costa norte da Espanha e a costa sudoeste da França.
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Pesquisas lideradas por Clive Trueman, da Universidade de Southampton, no Reino Unido, utilizam otólitos — estruturas no ouvido dos peixes — para entender como a temperatura afeta seu metabolismo e crescimento.
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Em 2024, o Mediterrâneo registrou temperaturas recordes, ultrapassando o limite crítico para o desenvolvimento do atum-rabilho.
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Essa mudança pode levar os atuns jovens a serem capturados em locais de pesca tradicional de outras espécies, como sardinhas e anchovas.
Foto: wikimedia commons - Marine Research, CSIRO
"É preciso pensar em como alterar o monitoramento ou as regulamentações de pesca para se adaptar a essa mudança de distribuição", explicou Clive Trueman.
Foto: flickr - Rickard Zerpe
Segundo o professor, a principal causa dessa mudança de rota vem do fato de que os atuns passam a maior parte do tempo nos 20 metros superiores da coluna de água, justamente onde mais aquece.
Foto: flickr - Derek Keats
As mudanças nos padrões migratórios do atum-rabilho também afetam comunidades pesqueiras que dependem dessas espécies para sua subsistência.
Foto: flickr - Derek Keats
No Mediterrâneo, muitos pescadores enfrentam dificuldades com a necessidade de navegar mais longe para capturar atuns, devido à alteração das rotas migratórias.
Foto: Divulgação
O atum-rabilho, também chamado de bluefin, tem três espécies principais: do Atlântico, Pacífico e do Sul.
Foto: freepik
O atum-rabilho-do-atlântico se alimenta nas costas da América do Norte, Europa e África, desovando no Golfo do México e no Mediterrâneo.
Foto: wikimedia commons Diego Delso
O do Pacífico desova no oeste do Pacífico e migra até a Califórnia, enquanto o do Sul vive em águas temperadas perto da Austrália, desovando ao sudeste de Java, na Indonésia.
Foto: Imagem de Rene Ambrusch por Pixabay
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