A dona do carro, Zelinalda Brasil, disse à imprensa local que mora na 108 Norte e o carro estava estacionado na hora da chuva. Não havia ninguém dentro do veículo no momento do acidente.
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A Secretaria de Obras disse que um problema no Poço de Visita fez com que a água da chuva infiltrasse e causasse erosão no local onde o acidente acabou acontecendo.
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Zelinalda Brasil, foi para uma loja e, ao retornar, viu que o carro estava dentro do enorme buraco. Ela ressaltou que o estacionamento é permitido na área e que acionou o seguro.
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A chuva foi um fator determinante para a formação da cratera e ainda não há conclusão do quanto a qualidade do asfalto contribuiu para isso, mas o episódio remete ao fato de o Brasil ter o segundo pior asfalto do mundo. Foi o que apontou estudo publicado em 2023 pelo portal CupomVálido a partir da análise de dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e do Compare The Market, site britânico de comparação de preços.
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O estudo do CupomVálido também posicionou o Brasil como o segundo pior país para se dirigir. A avaliação levou em conta dados de mortalidade no trânsito, congestionamento das vias e custos para manutenção dos veículos.
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De acordo com especialistas, o problema do asfalto no Brasil está menos relacionado à qualidade do material e mais ao desgaste excessivo e à falta de manutenção das vias.
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O fato de o Brasil ser um país extenso e que prioriza o transporte rodoviário no escoamento da produção leva a uma maior saturação do asfalto, encurtando sua vida útil.
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“O Brasil tem essa particularidade de ser um país rodoviário e, junto com as proporções continentais, tem todo esse escoamento de produção via malha rodoviária e falta de investimento. O que há é uma saturação da malha”, afirmou Diego Ciufici, superintendente da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Asfaltos (Abeda), ao Jornal da USP.
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Dados do Banco Mundial apontam o Brasil (58%) como o país de maior concentração rodoviária de transporte de cargas e pessoas entre as maiores economias do mundo.
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Estudo de 2018 da Fundação Dom Cabral apontava a malha rodoviária brasileira como responsável por escoar 75% da produção do Brasil, seguida de longe pelo modais marítimo (9,2%), aéreo (5,8%) e ferroviário (5,4%).
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Apenas em estradas federais sob administração do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) o país tem 61 mil km.
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Segundo explica Ciuifi, na pavimentação o asfalto, que representa a superfície, é uma pequena fração dos materiais utilizados. A base precisa ser sólida para garantir a qualidade.
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O especialista ainda criticou as propaladas operações tapa-buraco das gestões públicas pelo Brasil, que, segundo ele, muitas vezes funcionam apenas como paliativo.
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Kamilla Vasconcelos Savasini, coordenadora do Laboratório de Tecnologia de Pavimentação da Escola Politécnica da USP, citou fatores que vão além da qualidade para a produção de vias esburacadas, cenário muito comum no cotidiano dos brasileiros.
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Problemas estruturais no projeto de uma via, por exemplo, podem provocar buracos. Entre as falhas de planejamento estão as que não levam em consideração fatores climáticos na concepção.
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De acordo com a Confederação Nacional do Transporte, mais da metade das rodovias brasileiras apresenta situação regular, ruim ou péssima.
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Um dos problemas citados pelo órgão é o excesso de peso no transporte de cargas, com alguns caminhões trafegando com toneladas acima do limite permitido.
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O calor é outro fator mencionado por especialistas para degradação mais rápida das vias. A temperatura no asfalto pode alcançar 70º C no meio do dia em algumas regiões.
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Reportagem do Jornal Nacional de dezembro de 2023 deu detalhes de uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás sobre o asfalto utilizado em diversas regiões brasileiras.
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O estudo concluiu que há materiais, como a borracha triturada, que prolongam a durabilidade das rodovias.
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Material à base de restos de pneus, mais resistentes às altas temperaturas, têm sido utilizado em estradas com bons resultados.
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“Ele suporta 200 vezes mais carga do que o convencional", destacou Lilian Ribeiro Rezende, professora de engenharia e especialista em pavimentação em entrevista ao JN.
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