Autor morto há mais de 400 anos ainda é popular e 'moderno'

O dia 23 de abril marca a morte do escritor inglês William Shakespeare (1564/1616). Já são 408 anos sem novos trabalhos do dramaturgo e poeta

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Mas sua obra segue moderna e popular em pleno século XXI não só no teatro como em outras manifestações artísticas, como cinema e literatura.

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Um exemplo desse fenômeno é a comédia romântica “Todos Menos Você”, que entrou em cartaz nos cinemas no início de 2024 e tornou-se a maior bilheteria até hoje de uma adaptação cinematográfica live-action de Shakespeare. Ela é baseada na peça “Muito Barulho por Nada”, escrita pelo autor entre 1598 e 1599.

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A arrecadação do longa-metragem protagonizado por Sydney Sweeney e Glen Powell superou “Romeu + Julieta” (1996), com Leonardo DiCaprio, que foi líder no quesito por quase três décadas.

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Nascido e morto na cidade inglesa de Stratford-Upon-Avon, o poeta e dramaturgo escreveu 39 peças de teatro. Alguns desses textos se tornaram clássicos da literatura mundial.

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Um dos aspectos ressaltados por estudiosos da obra de Shakespeare que dão atemporalidade a ela é o caráter universal. Em “Shakespeare - a invenção do humano”, o crítico Harold Bloom afirma que o autor “inventou o humano como o conhecemos hoje”.

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Conhecido como “O Bardo de Avon”, Shakespeare foi popular em sua época, o século XVI, ao encenar peças que se comunicassem com os mais diferentes tipos de pessoas, de nobres a populares.

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Peças como “Romeu e Julieta”, “Hamlet”, Macbeth” e “Otelo” já foram adaptadas para o cinema e são reencenadas exaustivamente por companhias de teatro mundo afora.

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Em 2015, um trabalho organizado Biblioteca Britânica e o Conselho de Pesquisa em Artes e Humanidades da Inglaterra considerou a obra completa de Shakespeare a terceira mais influente da história - atrás apenas de “A Origem das Espécies”, de Charles Darwin, e “O Manifesto do Partido Comunista”, de Karl Marx e Friedrich Engels.

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Um dos aspectos que costuma ser destacado por especialistas em Shakespeare é a influência que o autor teve na língua inglesa. Suas peças agregaram novas palavras e expressões ao vocabulário corrente, como “addiction” (vício) e “lonely” (solitário).

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No cinema, muitas adaptações de obras de Shakespeare fizeram sucesso, desde o “Hamlet” escrito e dirigido por Laurence Olivier, em 1948, até o já citado “Romeu + Julieta”, de Baz Luhrmann, nos anos 90.

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Em 2004, o astro de Hollywood Al Pacino estrelou uma adaptação do “Mercador de Veneza”, um dos textos mais importantes de Shakespeare.

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Outros atores festejados do cinema, como Anthony Hopkins (“Titus”), Denzel Washington (“A Tragédia de Macbeth”) e Christian Bale (“Sonho de Uma Noite de Verão’) atuaram em filmes inspirados na obra do bardo inglês.

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“O Rei Leão”, um dos longas-metragens de animação mais célebres da história, vencedor do Oscar de Melhor Canção Original em 1995, teve a história livremente inspirada em “Hamlet”, conforme admitiram os próprios roteiristas do filme.

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Quarto fillme mais lucrativo da história, “Titanic” também tem inspiração shakespeareana.

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O diretor James Cameron reafirmou isso em uma conferência de imprensa antes do relançamento do longa-metragem nos cinemas em 2023: “Pensei em fazer uma espécie de Romeu e Julieta no mar”.

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“Hamlet” é uma das obras mais estudadas e adaptadas de Shakespeare. Frases de monólogos da peça, como “ser ou não ser, eis a questão” e “há algo de podre no reino da Dinamarca”, se tornaram de uso corrente.

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A peça, escrita entre 1599 e 1601, influenciou a psicanálise, com citações em obras de Freud, e é a mais extensa da obra de Shakespeare e também mais encenada até hoje no mundo.

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A obra de Shakespeare também inspirou criações musicais. O italiano Giuseppe Verdi, por exemplo, compôs três de suas óperas baseadas em textos do dramaturgo: “Macbeth”, “Otello” e “Falstaff” (esta com cenas de “Henrique IV”).

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Shakespeare foi casado com Anne Hathaway (o nome da atriz nova-iorquina de “O Diabo Veste Prada” foi inspirado nela) e teve três filhos, Susana e os gêmeos Hamnet e Judith.

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