Donald Trump não descarta ação militar para retomar controle do Canal do Panamá

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou em coletiva de imprensa que não descarta utilizar forças militares para retomar o controle do Canal do Panamá.

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O líder republicano, que assumirá o poder na Casa Branca em 20 de janeiro, chamou de “vergonha” o acordo que devolveu a administração do canal para o Panamá, no fim de 1999. Na entrevista em Mar-a-Lago, na Flórida, Trump sugeriu que os Estados Unidos foram prejudicados pelo acordo que transferiu o controle do local para o país onde ele está sediado.

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“Não, não posso garantir nada sobre nenhum dos dois, mas posso dizer que precisamos deles para a segurança econômica (dos EUA)”, afirmou Trump ao ser perguntado se descartaria ação militar para tomar o Canal do Panamá e também a Groenlândia, ilha que pertence à Dinamarca.

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Pelo Canal do Panamá passa parte da economia do mundo, mas no ano passado uma seca reduziu o nível de água e prejudicou as operações na região.

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O canal depende da água doce de lagos vizinhos para dar conta do seu gigantesco sistema de eclusas, que permite a passagem de grandes navios. Para o funcionamento normal, o canal precisa de 190 milhões de litros de água para que as embarcações possam flutuar.

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Mas as mudanças climáticas estão alterando o ciclo das chuvas e o nível de água baixou tanto que a Autoridade do Canal do Panamá precisou reduzir o número e o peso das embarcações que podem entrar no canal.

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O canal do Panamá, em condições normais, recebe cerca de 12 mil navios por ano, rendendo até 1,7 bilhão de dólares para o país.

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Com 82 km de extensão, 152m de largura e 26m de profundidade, é fundamental para o transporte de mercadorias (petróleo, carros, carvão, alimentos). Por ali passam 6% do comércio mundial. E também embarcações com passageiros.

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A história do canal remonta a 4 de maio de 1904, quando os Estados Unidos deram início à sua construção. A inauguração ocorreu dez anos depois, em 1914, e ele permaneceu por décadas sob o controle americano em época que a passagem entre os oceanos Atlântico e Pacífico representava uma prioridade econômica e geopolítica.

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O canal, que liga o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, no país que fica mais ao sul da América Central, é considerado uma das grandes obras de engenharia, com as eclusas para elevação de navios.

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Assim como o Canal do Panamá, há outros canais de navegação de grande importância para o comércio internacional e para o turismo. Veja alguns que têm bastante relevância.

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Canal de Suez - Com 160 km de extensão, 170m de largura e 20m de profundidade, fica no Egito e liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho. Permite a navegação entre Europa e Ásia sem necessidade de contornar o sul da África.

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Muito importante para a economia mundial, pelo Canal de Suez passam cargas gigantescas de petróleo, minerais, carvão e alimentos, entre outros produtos.

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Canal da Mancha - É um braço de mar que faz parte do Oceano Atlântico e que separa a Inglaterra da França. Tem 563 km de extensão, largura de 33km a 240km e profundidade de 45m a 120m.

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Sob o Canal da Mancha passa o Eurotúnel, um túnel ferroviário submarino com 51km de comprimento - sendo submerso em 37,9km, a uma profundidade que chega a 60m. Ele liga Kent (Inglaterra) a Pas-de-Calais (França).

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Estreito de Ormuz - Liga o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã e ao Mar da Arábia. Tem importância estratégica para a ligação de produtores de petróleo do Oriente Médio com os mercados da Ásia, Europa e América do Norte.

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Com 160 km de extensão, o Estreito de Ormuz não foi criado pelo homem. É uma passagem natural, que não é controlada por nenhum país. No ponto mais estreito, ele separa Omã e Irã por 33 km.

Foto: Reprodução do site .iniseg.es/actualidad-iniseg

Estreito de Malaca - Também é uma passagem marítima natural, entre os oceanos Índico e Pacífico. Tem 930 km de extensão. Na parte de largura mais estreita, fica a 2,7 km de Cingapura. Recebe 84 mil navios por ano, respondendo por 25% do comércio mundial. Patrimônio Mundial da Unesco.

Foto: reprodução lemarin.oueste-france.fr

Canal Kiel - Fica na Alemanha e liga o Mar do Norte ao Mar Báltico. Com ele, a viagem fica 460 km mais curta, pois não é necessário passar pela Península de Jutlândia. Tem 98 km de comprimento, 50m de largura e 11m de profundidade.

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Canal Saint Lawrence Seaway - Inaugurado em 1959, permite que os navios viajem do Oceano Atlântico, em Montreal, até o Lago Erie, nos Grande Lagos da América do Norte. Tem sistema de eclusas para elevação de navios.

Foto: Reprodução do site authenticvoyages.com/canadian-cruises

Canal Welland - Inaugurado em 1931 para ligar o Lago Erie ao Lago Ontário, no Canadá, ele tem 45 km e passou a integrar o Canal Saint Lawrence Seaway quando este foi implantado, em 1959.

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Canal Meno-Danúbio - Fica na Alemanha e conecta os rios Danúbio e Meno, ambos ligados ao rio Reno. Permite o transporte fluvial entre a Romênia (Constança) e a Holanda (Roterdam).

Foto: Rolf Krahl wikimedia commons

Canal de Midi - Inaugurado em 1681, é o mais antigo canal artificial da Europa ainda em funcionamento. Fica no Midi, na França, e tem 240 km entre Tolosa, no rio Garonne, e Sète, no Mar Mediterrâneo.

Foto: Peter Gugerell wikimedia commons

Canal de Corinto - Criado em 1893, permitiu encurtar a viagem em 400 km entre as águas do Golfo de Corinto e Mar Egeu; Tem 6,3 km de extensão e 40m de profundidade. A largura de apenas 21m impede os maiores cargueiros.

Foto: Reprodução de video do site natgeo.pt/video

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Foto: Reprodução/Instagram