Fernando Pessoa e seus heterônimos: O poeta de múltiplas identidades
No dia 13 de junho de 1888 nasceu em Lisboa, Portugal, Fernando Pessoa, um dos maiores poetas da história mundial. Referência na língua portuguesa.
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Fernando Pessoa passou boa parte da infância e adolescência em Durban, na África do Sul, vivendo com a mãe, Maria Madalena Pinheiro Nogueira Pessoa, e o padrasto, João Miguel Rosa, cônsul de Portugal no país africano.
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Os anos no exterior deram a Fernando Pessoa a oportunidade de uma formação em língua inglesa.
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Antes de retornar a Lisboa, aos 14 anos, Pessoa, que era órfão de pai, perdeu duas irmãs pequenas. A série de tragédias familiares iria refletir mais tarde em sua obra literária.
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A criação de heterônimos é uma marca distintiva da obra de Fernando Pessoa. Estudos indicam que eles chegaram a sete dezenas.
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O primeiro heterônimo criado por Fernando Pessoa foi “um certo Chevalier de Pas”, ao seis anos de idade, conforme ele mesmo relatou em carta ao poeta e crítico Adolfo Casais Monteiro.
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A carta conta no acervo da biblioteca da Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, capital de Portugal.
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Nos primeiros anos de vida, Pessoa também já escrevia poesias, indicando a vocação que o acompanharia até a morte, em novembro de 1935, aos 47 anos.
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Após atuar como crítico literário, em 1915 Fernando Pessoa fundou a revista Orpheu ao lado de outros intelectuais que também se tornariam ilustres, como Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros.
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Embora a revista tenha durado apenas duas edições, ela provocou forte impacto na cultura portuguesa, com o chamado Orfismo, que contestava a literatura tradicional e passou a ser considerado a primeira fase do Modernismo em Portugal.
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Nas duas edições da revista Orpheu, Fernando Pessoa fez publicações em seu nome e também no de Álvaro de Campos, um dos seus mais famosos heterônimos.
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Em 1924, Pessoa fundou outra revista, “Athena”, onde voltou a fazer publicações como Álvaro de Campos, além de Alberto Caeiro e Ricardo Reis, outros dois heterônimos muito importantes em sua poesia.
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A dedicação à heteronìmia é um característica marcante da obra do escritor português. Os heterônimos têm personalidade poética complexa, distintas do poeta original, de tal forma que Fernando Pessoa acaba sendo mais um deles.
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Além de Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis, outro heterônimo entre os mais conhecidos de Fernando Pessoa é Bernardo Soares.
Foto: Reprodução Casa Fernando Pessoa
Os estudiosos tratam Bernardo Soares como semi-heterônimo, por não ter uma identidade totalmente apartada do autor. De acordo com Pessoa, a personalidade de Soares era uma “simples mutilação” da sua.
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Bernardo Soares é autor do “Livro do Desassossego”, uma das obras mais conhecidas de Fernando Pessoa, repleta de reflexões fragmentadas.
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Alberto Caeiro, a quem Pessoa atribuiu data de nascimento e morte - como também fez para Álvaro de Campos -, é o poeta do campo “sem instrução primária”. É dele o conjunto de poemas “O Guardador de Rebanhos”.
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Álvaro de Campos é descrito como cosmopolita, poeta que valoriza a civilização moderna e o progresso. É dele a autoria de poemas famosos como “Tabacaria” e “Todas as cartas de amor são ridículas”.
Foto: Reprodução Casa Fernando Pessoa
O heterônimo Ricardo Reis só teve “revelada” por Fernando Pessoa a data de nascimento. O nobel José Saramago escreveu um romance, “O ano da morte de Ricardo Reis”, em que conta os últimos meses de vida do poeta.
Foto: Reprodução Casa Fernando Pessoa
O único livro em português que Fernando Pessoa publicou em vida foi “Mensagem”, lançado em 1 de dezembro de 1934, ano anterior à morte do poeta lisboeta.
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Entre os 44 poemas de “Mensagem” está um dos mais famosos do autor, “Mar Português”, que traz os célebres versos: “Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
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