Ilhas Diomedes: Entenda como esse remoto arquipélago tem fuso de 21 horas em apenas 4 km!

Imagine estar num lugar, caminhar por apenas 4 km e de repente chegar num fuso com incríveis 21 horas (!) de diferença. Achou loucura? Pois essa situação é real!

Foto: Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

E essa é só uma das curiosidades das Ilhas Diomedes, um arquipélago formado por duas ilhas (uma grande e uma pequena) rochosas localizadas no Estreito de Bering, entre a Rússia e os Estados Unidos.

Foto: NASA / Divulgação

O nome das ilhas foi dado pelo navegador dinamarquês Vitus Bering, que as redescobriu em 1728, no dia de São Diomedes de Tarso.

Foto: wikimedia commons Институт Археологии РАН

Antes, elas haviam sido descobertas pela primeira vez em 1648, pelo explorador russo Semyon Dzhnev.

Foto: flickr Museum of Photographic Arts Collections

Enquanto a Pequena Diomedes está localizada no Alasca (EUA), a Grande Diomedes faz parte do território russo, na Sibéria, por isso a discrepância nos fusos.

Foto: flickr Andy Proehl

Na realidade, a Grande Diomedes segue o fuso horário GMT+14 (com 14 horas a mais que o Meridiano de Greenwich), enquanto a Pequena Diomedes está no GMT-9.

Foto: reprodução instagram

As Ilhas Diomedes enfrentam uma separação política que começou em 1867, quando foram adquiridas por cada uma das duas potências.

Foto: domínio público / nasa

Desde aquele tempo, ficou proibido chegar às ilhas pelo mar, transformando uma viagem de barco de apenas 10 minutos em uma jornada de 21 horas, pois é preciso dar a volta ao mundo para chegar à ilha vizinha.

Foto: wikimedia commons Ansgar Walk

Com o objetivo de unir os dois países e eliminar a divisão entre as ilhas, em 1987, a nadadora de longa distância e escritora dos Estados Unidos, Lynne Cox, completou a travessia a nado do canal que separa as ilhas.

Foto: reprodução

Depois de mais de 2 horas, Cox alcançou a Grande Diomedes, sendo recebida pelos líderes da época, Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev.

Foto: reprodução

Naquela época, a Rússia ainda era a União Soviética.

Foto: OpenClipart-Vectors por Pixabay

Mesmo assim, sua ação não surtiu qualquer efeito, e as ilhas permaneceram separadas como estão até hoje.

Foto: wikimedia commons Ansgar Walk

Outras propostas para unir as Ilhas Diomedes já foram sugeridas, como a construção de um túnel semelhante ao Eurotúnel, que conecta o Reino Unido ao norte da França, passando sob o Canal da Mancha no Estreito de Dover.

Foto: Billy69150 - Wikimédia Commons

Atualmente, a forma mais próxima de "união" entre as ilhas ocorre no inverno, quando o mar ao redor das ilhas congela e elas ficam conectadas por uma espécie de "pista de gelo".

Foto: Nick Cobbing/Greenpeace

O arquipélago pode chegar a ter temperaturas de -40°C durante o inverno.

Foto: Brady Bellini Unsplash

Também por conta das temperaturas extremas, as ilhas são extremamente remotas. Cerca de 118 habitantes da comunidade Inupiaq ocupam a área norte-americana há três mil anos.

Foto: Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos / Divulgação

Eles basicamente vivem da pesca e da caça de focas, ursos e raposas em uma área de aproximadamente 7,4 km², onde estão localizadas cerca de 40 casas.

Foto: Keith Luke Unsplash

Uma escola na região oferece educação para crianças, desde o Jardim de Infância até o Ensino Médio. No entanto, não há estruturas para atendimento médico, e os moradores dependem do transporte aéreo para serem tratados no continente americano.

Foto: wikimedia commons lorenz.king@geogr.uni-giessen.de

Já na Grande Diomedes, não existem habitantes desde a Guerra Fria. Durante esse período, a União Soviética expulsou os esquimós que viviam lá, temendo que eles fossem espiões.

Foto: wikimedia commons Ansgar Walk

Atualmente, apenas uma base militar russa, construída na mesma época da saída dos esquimós, está presente no local.

Foto: flickr naql

Para aqueles que pensam em visitar as Ilhas Diomedes, é crucial se preparar bem, pois o desafio é considerável.

Foto: U.S. National Archives and Records Administration

Além das temperaturas muito baixas que tornam a visita difícil, para chegar lá é preciso voar até o aeroporto de Nome, no Alasca (EUA), e depois embarcar em um helicóptero que faça o trajeto.

Foto: domínio público

Outro detalhe curioso é que o arquipélago é um importante local de passagem para aves migratórias e também é um importante ponto de observação para os cientistas que estudam o clima e o meio ambiente do Ártico.

Foto: wikimedia commons Ansgar Walk

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Foto: Imagem de Gerd Altmann por Pixabay