Injeção substitui gotinha na prevenção da poliomielite; entenda
Foto: Marcelo Camargo Agência Brasil
Por meio de um anúncio feito pelo Ministério da Saúde na segunda-feira (4/11) ficou definido que o esquema vacinal contra a poliomielite será feito exclusivamente com a vacina injetável VIP (vacina inativada poliomielite).
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Atualmente, o esquema inclui três doses da VIP, aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de idade, além de duas doses de reforço da VOP, a vacina oral (ou "gotinha"), administradas aos 15 meses e aos 4 anos.
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Ou seja, agora as duas doses de reforço da VOPb (vacina oral poliomielite bivalente) serão substituídas por uma dose injetável da VIP.
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Com o novo esquema, ficará da seguinte forma: primeira dose aos 2 meses; segunda dose aos 4 meses; terceira dose aos 6 meses; e, por fim, reforço aos 15 meses.
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Essa mudança acompanha uma tendência global e foi amplamente debatida na Reunião da Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI). Participaram do encontro representantes das seguintes instituições científicas:
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Membros do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, "a vacina oral era excretada nas fezes de quem recebia o imunizante".
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A mudança visa proteger pessoas com imunidade comprometida, pois a vacina oral, feita com vírus vivo enfraquecido, pode apresentar riscos para quem possui o sistema imunológico debilitado.
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Além disso, como o vírus vivo é excretado nas fezes, em locais com saneamento inadequado há o risco de ele se espalhar na comunidade e evoluir para uma forma patogênica, o que representa um risco num cenário como o Brasil.
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"Quando a gente vacinava milhares de crianças, esse vírus era eliminado na comunidade e acabavam imunizando indiretamente mesmo aqueles que não apareciam nas campanhas", explicou.
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"Não há mudanças no esquema de prevenção. As crianças precisam ser vacinadas. A paralisia só ocorre em quem não tem vacina", analisou Kfouri.
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De acordo com o Ministério da Saúde, o Zé Gotinha continuará atuando em prol das campanhas de vacinação.
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Lançado nos anos 1980, o personagem se tornou um símbolo da campanha contra a poliomielite e permanece na memória de muitos brasileiros.
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"Zé Gotinha também atua na conscientização sobre a prevenção de outras doenças que podem ser evitadas por vacinação, como o sarampo", salientou o ministério em um comunicado divulgado em setembro.
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A poliomielite, também conhecida como pólio ou paralisia infantil, é uma doença infecciosa viral aguda que, em sua forma mais grave, pode causar paralisia muscular irreversível.
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A doença é causada pelo poliovírus, que invade o sistema nervoso central, afetando principalmente a medula espinhal.
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Ela afeta principalmente crianças menores de cinco anos, embora possa acometer indivíduos de qualquer idade.
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A transmissão ocorre via ingestão de água ou alimentos contaminados pelo vírus, que se multiplica no trato intestinal e pode se espalhar para o sistema nervoso.
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Existem três tipos de poliovírus (1, 2 e 3), e a paralisia é uma consequência mais comum no tipo 1, sendo que a maioria das infecções não apresenta sintomas.
Foto: Marcelo Camargo Agência Brasil
Nos casos sintomáticos, as manifestações incluem febre, cansaço, dores de cabeça, náuseas e rigidez no pescoço.
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Como não existe uma cura, a vacinação é a única forma eficaz de prevenir a doença. Desde o lançamento da Iniciativa Global para a erradicação, em 1988, houve uma redução drástica nos casos, e muitos países acabaram com a transmissão do vírus.
Foto: Rovena Rosa Agência Brasil
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