Mãe diz que cigarro eletrônico matou seu filho e mostra raio-X do pulmão
Lia Paiva, mãe de Diego Paiva dos Santos, que morreu de infarto pulmonar, fez um vídeo nas redes sociais apontando como o vape (cigarro eletrônico) causou a morte precoce do rapaz, aos 20 anos.
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O raio-X do pulmão de Diego, à esquerda, mostra como o órgão vital foi comprometido pela fumaça e pela substância tóxica do cigarro eletrônico. Comparando com um pulmão normal, à direita, é nítida a diferença.
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“Uma das grandes causas da partida do meu filho”, declarou a empresária, que é mulher de Serginho, ex-jogador de futebol de São Paulo e Milan.
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De acordo com Lia Paiva, a morte de Diego, no dia 7 de agosto, ocorreu após ele sofrer uma contaminação após bactéria entrar por um furúnculo. “Acreditamos que ele se contaminou no tatame (do jiu-jitsu) e a bactéria ficou alojada no ombro.”
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Segundo ela, Diego usava cigarro eletrônico desde os 15 anos, o que causou comprometimento severo dos pulmões. “Nem pulmão tinha, de tanta infecção que tinha no pulmão”, afirmou.
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O uso de cigarro, tanto eletrônico como comum, é uma preocupação mundial. Este ano, por exemplo, o México ampliou (a partir de 15/1) a proibição do fumo em vários espaços públicos, incluindo praias e parques, e também vetou a publicidade de cigarros em qualquer meio de comunicação.
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Foi mais um ato de repúdio ao cigarro, dentre tantos que vêm surgindo nos últimos anos, em escala planetária. A proibição de publicidade também inclui redes sociais, serviços de streaming, "influenciadores" ou qualquer outra forma de marketing digital.
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Estima-se que no México, que tem 126 milhões de habitantes, existam cerca de 15 milhões de fumantes, dos quais 5% (684 mil pessoas) são adolescentes com idade entre 12 e 17 anos.
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No Brasil, o uso de cigarros eletrônicos por adolescentes têm sido comum e causa grande preocupação. Reportagens alertam que o consumo ocorre, principalmente, nos banheiros ou nas quadras de colégios particulares. Há até relatos de venda de cigarro eletrônico, que é proibido no Brasil, por estudantes dentro de escolas.
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O cigarro eletrônico funciona por meio de uma bateria que esquenta um líquido formado por água, aromatizante, nicotina, glicerina e propilenoglicol.
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Tragado pela boca, ele cria uma fumaça branca que pode ser inodora ou até ter cheiro, mas que rapidamente se dissipa no ar.
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Chamado de vape ou pod, ele se parece com um pendrive. Custa entre R$ 60 e R$ 730. A venda é proibida no Brasil, mas ele é facilmente encontrado.
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O cigarro eletrônico, assim como o comum, vicia, causa danos aos pulmões e é cancerígeno. E ainda afeta quem está ao redor.
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Professores acreditam que os alunos usam o cigarro eletrônico como meio de afirmação entre os colegas. Alguns não têm noção do perigo. Outros sabem que o cigarro é tóxico.
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O cigarro como instrumento de inclusão é um problema que foi debatido desde os tempos áureos do cinema, quando o fumo era considerado charmoso.
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Impossível saber o alcance do mal causado pelos filmes da época na saúde dos espectadores, tamanha a quantidade de personagens fumantes que inspiraram jovens ao longo de décadas.
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Entre as décadas de 1930 e 1960, houve uma sucessão de filmes em que os atores fumavam em ambientes que atraíam a atenção pelo requinte e pela autonomia dos personagens.
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James Dean, jovem e belo ator que servia de inspiração para milhares de fãs, apareceu fumando no clássico "Juventude Transviada" (1955). Olhe a foto e pense: quem, na época, não acharia um charme?
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A bela Audrey Hepburn com sua piteira marcou época - um gesto hoje condenável.
Foto: Domínio público
Humphrey Bogart, no clássico "Casablanca", interpreta o charmoso Rick Blaine. Personagem tão cativante que divide o coração de Ilsa Lund (Ingrid Bergman). E em cenas atraentes, ele dava uma tragada no cigarro.
Foto: Divulgação Humphrey Bogart Casablanca
Humphrey, um dos maiores atores da história, desperdiçou boa parte da vida em nome do vício. Ele fumava não apenas nos filmes, mas na vida real. E fumou tanto que o câncer o matou cedo, aos 57 anos.
Foto: Divulgação O Falcão Maltês
Bette Davis foi uma das atrizes que mais vezes apareceu na tela com um cigarro nas mãos. Era um companheiro quase permanente.
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O cigarro era até mesmo um instrumento de sedução, como nesta cena de "Now Voyager" (1942), em que o galã Paul Henreid acende o cigarro de Bette Davis, ambos num clima de sensualidade.
Foto: Divulgação Now Voyager
Aqui é o oposto. A mulher é que acende o cigarro do homem. Clark Gable, símbolo sexual de sua geração, dá aquela olhada em Joan Crawford com o cigarro a postos.
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Os filmes de faroeste também não largavam o cigarro. Clint Eastwood, um dos ícones do western americano, desejado pelas moças e por rapazes em sua época de herói, a todo instante tinha um cigarro na boca.
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John Wayne e Gary Cooper chegavam a receber dinheiro de fabricantes de cigarro para promover o produto nos filmes. Ambos morreram de câncer. Na foto, propaganda da marca Camel feita por John Wayne.
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Mais recentemente, o cigarro ainda marcava presença, embora com menos intensidade e sem associação a charme e elegância. Além disso, passou a haver uma resistência a esse tipo de apelo.
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Tanto que o cartaz promocional do filme Coco Chanel foi vetado, em 2009, na publicidade na França, pois tem Audrey Tautou segurando um cigarro - o que foi considerado uma propaganda de cigarro (proibida no país).
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Hoje, o apelo pelo cigarro já foi bastante reduzido. O cinema parou de glamourizar o fumo. Não há mais propaganda de cigarro. E os alertas são explícitos nas embalagens numa tentativa de dissuasão.
Foto: Alexas fotos pixabay
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