Panetone: Saiba como surgiu essa delícia de Natal
No Natal diversos tipos de panetones tomam conta do comércio. É uma clássica guloseima na mesa do brasileiro nas festas de fim de ano. E cai bem a qualquer hora do dia.
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Esse alimento surgiu na Europa. O que gera dúvida é de onde surgiu o nome. Panetone, segundo uma teoria, significa, na verdade, "Pani di Toni", ou "Pão de Toni", traduzido para o português. O alimento é uma receita criada por um padeiro italiano, o Toni, da cidade de Milão, na véspera do Natal de 1495. De acordo com
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Para outros, significia a "junção de dois termos no italiano: panetto, que pode ser traduzido como um “pão pequeno”, e panone, que pode ser traduzido como “pão grande”.
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Segundo essa teoria, Toni trabalhou exaustivamente na véspera de Natal fazendo uma fornada de pães e uma massa de torta, a pedido de seu chefe. No entanto, ao estar cansado, colocou frutas da torta na massa de pães e tentou consertar adicionando frutas cristalizadas, manteiga e ovos na receita.
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Por outro lado, Massimo Montanari, professor de história da Alimentação na Universidade de Bolonha, na Itália, discorda desta lenda. Para o profissional, deve-se distinguir duas categorias: produtos que têm uma data exata de nascimento e um inventor claro; e aqueles que não têm.
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De acordo com Montanari, na primeira está o "pandoro" (que no dialeto veneziano significa "folha de ouro"), cuja receita foi registrada no escritório de patentes em 1894 pelo padeiro de Verona Domenico Melegatti.
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Do outro, o panetone que é uma receita de tradição coletiva e, portanto, não se pode determinar com precisão absoluta seu lugar e data de nascimento.
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No entanto, Montanari explica que é possível reconstruir a árvore genealógica do panetone e rastrear seus ancestrais medievais: os "pães doces" ou "pães de festas". Alimentos com adição de açúcar, passas ou especiarias e consumidos em festividades importantes, como o Natal.
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Um dos primeiros documentos que comprovam a existência desses pães doces é um manuscrito preservado na Biblioteca Ambrosiana de Milão, que remonta à década de 1470. Na foto, ingredientes da famosa comida italiana, de onde provavelmente surgiu a iguaria natalina.
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Seu autor, Giorgio Valagussa, que era o preceptor dos duques Sforza, descreve o que ele chama de "Ritual da Madeira", realizado naquela corte. O chefe da família serviu uma parte para todos os convidados, mantendo uma para o ano seguinte como um sinal de continuidade.
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"Por um lado, havia um elemento de conexão com o produto básico da comida diária, pão; por outro, ingredientes e especiarias que o tornavam 'precioso', de acordo com o gosto dos tempos medievais ou do Renascimento", acrescenta Monatanari, autor de vários livros sobre a origem de pratos emblemáticos da culinária italiana.
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E, embora a relação entre o panetone e a cidade de Milão seja inegável, não se pode dizer que seja exclusiva — pois também existem registros alfandegários semelhantes em outras partes do norte da Itália.
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O sucesso dessa sobremesa ultrapassou as fronteiras e se transformou em uma tradição natalina em vários países da América do Sul, como Brasil, Argentina, Uruguai e Peru. Isto em boa parte graças aos milhões de emigrantes italianos que entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX atravessaram o Atlântico em busca de oportunidades na América do Sul.
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Um deles foi Pietro D'Onofrio, um emigrante do sul da Itália que se estabeleceu no Peru, onde fundou a empresa de sorvetes que ainda leva seu nome.
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Nos anos 50, seu filho Antônio fez um acordo com a empresa Alemagna de Milão para a produção e venda do panetone no Peru com a marca D'Onofrio.
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"Este ano, os peruanos vão consumir mais de 35 milhões de unidades", diz Ricardo Bassani, diretor do setor de confeitaria da Nestlé Peru, proprietária desde 1997 da marca D'Onofrio e de três outras empresas de panetone no país.
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"Nós, os peruanos, somos os que mais comem esse pão. Nosso consumo anual é de 1,1 kg por pessoa, o que nos coloca como o segundo país de maior consumo, atrás apenas da Itália", acrescenta o executivo, que calcula em US$ 200 milhões (R$ 820 milhões) o valor de mercado do panetone no Peru.
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Depois da Itália e do Peru, o país que consome mais panetone é o Brasil, com cerca de 440 gramas per capita por ano. E foi por aqui que surgiu o Chocotone, adicionando chocolate à receita tradicional. O nome é propriedade intelectual da Bauducco.
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Fundada em 1952 em São Paulo por outro emigrante italiano, Carlo Bauducco, a empresa possui mais de 6 mil funcionários no Brasil e nos EUA, capacidade produtiva de mais de 300 mil toneladas por ano e faturamento de mais de US$ 700 milhões (R$ 2,9 bilhões).
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A massa que é usada no chocotone é a mesma do panetone, mas sem a presença de frutas cristalizadas, que são substituídas por gotas de chocolate.
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Vale destacar que a receita clássica de Panetone é uma só, protegida por um decreto assinado em 2005 na Itália, que determina as quantidades mínimas de cada ingrediente que devem ser usadas na confecção desse pão. Para isso, é preciso acertar as quantidades de farinha, sal, água, açúcar, ovos e frutas cristalizadas determinadas neste decreto.
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Mas os brasileiros conseguem dar um 'jeitinho' e criar as próprias receitas. Entre elas, está o Chocotone, mas também surgiram outras criativas como Panetones salgados.
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Em Calópolis (PR), Mayra Stetner e Maykon Depizzol, proprietários de um restaurante japonês delivery, decidiram inovar com o “sushitone”. O panetone de sushi, feito com salmão grelhado ou fresco e cream cheese, pesando cerca de 3 kg e vendido a R$ 96, já se tornou um sucesso na região.
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Outra versão que tem conquistado os amantes da gastronomia é o “Churrascotone”, desenvolvido pelo churrasqueiro José Mateus, conhecido nas redes sociais por suas habilidades culinárias.
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O panetone salgado, feito com pão de calabresa, costela desfiada, queijo minas e queijo muçarela, ainda não está à venda, mas já despertou grande interesse, com pedidos dos seguidores para compartilhar a receita.
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Recentemente, um jovem chamado Orivaldo Peres viralizou no Tiktok por conta de uma frustração após comprar um panetone "tipo" pandoro, que é um bolo italiano com massa mais leve e amanteigada.
Foto: Reprodução/vídeoTerra
Ao ver na embalagem uma imagem do bolo com uma generosa camada de creme de chocolate em cima de uma fatia, ele comprou e, ao chegar em casa e abrir a embalagem, veio a frustração.
Foto: Reprodução/vídeoTerra
O bolo na verdade não tinha recheio algum, apenas um sachê com açúcar confeiteiro para jogar em cima do pandoro. Ao ler a embalagem, a marca Bauducco deu uma dica: "Sugestão, tenha uma bisnaga de chocolate líquido e derrame em um círculo perfeito no centro da fatia", leu Orivaldo.
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“Me sugeriu botar chocolate no chocotone, porque não tem”, lamentou o jovem. A cena viralizou e já tem mais de 1,4 milhões de visualizações só no Titktok. O bolo natalino pandoro é tradicional na Itália e é, na maioria das vezes, preparado em formato de estrela e decorado com açúcar confeiteiro que simboliza a neve dos alpes italianos.
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"Gente, panetone industrializado não tá com nada. Procurem as padarias e lojas de confeitaria das cidades de vocês. É um caminho sem volta!", sugeriu um seguidor. "Claramente feito para induzir o consumidor ao erro", lamentou outro. O nome Pandoro vem de "Pan d'Oro", que significa pão de ouro. O bolo tem a massa mais leve que seu "primo" panetone e geralmente não tem recheio.
Foto: Flickr/Be&Be
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