Parasita transmitido por gatos afeta mente e altera comportamento

Uma pesquisa publicada na revista científica "Communications Biology" apontou alterações no comportamento dos lobos quando eles são infectados pelo parasita Toxoplasma gondii.

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Segundo o estudo, esses lobos têm 46 vezes mais chances de se tornarem líderes de sua matilha.

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Essa pesquisa foi realizada ao longo de 26 anos e envolveu a análise de mais de 200 amostras de sangue de lobos no Parque Nacional de Yellowstone, nos EUA.

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Embora sejam os gatos os principais transmissores desse parasita, a pesquisa aponta que o território dos lobos pode coincidir com o dos pumas, que também carregam o Toxoplasma gondii.

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A contaminação pode ocorrer quando os lobos compartilham presas com esses felinos ou entram em contato direto com suas carcaças ou suas fezes.

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Outra descoberta relacionada ao comportamento dos lobos infectados é a tendência de se afastarem de sua área de origem.

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Machos infectados, por exemplo, têm 50% de chance de sair da matilha em até seis meses, enquanto fêmeas infectadas têm 25% de chance de abandonar a matilha em até 30 meses.

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O fato de alguns se tornarem líderes está ligado ao aumento dos níveis de testosterona causado pelo parasita, que faz com que os lobos se tornem mais agressivos e dominantes, facilitando sua ascensão na matilha.

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“Devido à estrutura de vida em grupo da matilha de lobos cinzentos, os líderes da matilha têm uma influência desproporcional sobre os seus companheiros de matilha e sobre as decisões do grupo", afirmaram os autores do estudo.

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O Toxoplasma gondii é um protozoário unicelular que pode causar a doença chamada toxoplasmose. Ele é encontrado em todo o mundo e infecta diversos animais, incluindo gatos, carneiros, porcos e aves.

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Os gatos são os "hospedeiros definitivos" do parasita, o que significa que eles são os únicos animais que podem completar o ciclo de vida do Toxoplasma gondii.

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Quando um gato infectado defeca, ele libera oocistos no ambiente. Esses oocistos podem sobreviver por meses no solo, na água e em alimentos.

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Humanos podem se infectar com toxoplasmose de duas maneiras: comendo carne crua ou mal cozida de animais infectados ou entrando em contato com as fezes de gatos infectados.

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A toxoplasmose geralmente não apresenta sintomas em adultos saudáveis, mas em alguns casos pode causar febre, dor de cabeça, cansaço e dores musculares.

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Alvos da pesquisa, os lobos são canídeos selvagens que pertencem ao gênero Canis, junto com coiotes, chacais e cães. São animais sociais que vivem em alcateias, grupos familiares liderados por um macho e uma fêmea alfa.

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As alcateias cooperam na caça, na criação dos filhotes e na defesa do território.

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Existem quatro espécies principais de lobo: o lobo-cinzento (o mais comum entre todos), o lobo-vermelho (encontrado no sudeste dos EUA, mas ameaçado de extinção), o lobo-etíope (nativo da Etiópia) e o lobo-guará (comum na América do Sul).

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O tamanho de um lobo varia muito conforme a espécie. O lobo-cinzento, por exemplo, é o maior de todos e pode chegar a 1,6m medindo da ponta do nariz à cauda.

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A expectativa de vida de um lobo-cinzento é de aproximadamente 16 anos.

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As alcateias podem chegar a ter de 5 a 12 indivíduos e todas contam com hierarquias rígidas.

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Algumas das presas preferidas dos lobos são cervos, alces e bisões, mas eles também se alimentam de pequenos mamíferos, aves e peixes.

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Os lobos geralmente acasalam no final do inverno. A gestação dura cerca de 63 dias, e a fêmea dá à luz entre 4 a 6 filhotes.

Foto: flickr USFWS Endangered Species

Uma curiosidade é que os filhotes de lobos nascem cegos e surdos e permanecem assim por vários dias, dependendo dos adultos da matilha para proteção e alimento.

Foto: M L Unsplash

Os lobos foram caçados intensivamente no passado, o que levou à redução de suas populações em várias regiões. Hoje, eles são protegidos por leis em muitos lugares, e programas de reintrodução têm ajudado a recuperar suas populações em áreas onde estavam extintos.

Foto: wikimedia commons Chris Muiden

Os lobos desempenham um papel ecológico importante, ajudando a manter o equilíbrio nos ecossistemas onde vivem. Seu retorno a algumas áreas tem mostrado benefícios para a biodiversidade local.

Foto: wikimedia commons Christian Mehlführer

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Foto: M. Zonderling Unsplash