Tubarão ou boto? Vídeo de animal na Baía de Guanabara viraliza nas redes sociais

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Um pescador flagrou o que seria um tubarão se deslocando pelas águas da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, no dia 8/12. Ele fez o registro em vídeo e a postagem viralizou nas redes sociais. Internautas expressaram espanto com a possível presença dessa espécie de animal no local.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

O registro foi feito em trecho da Baía de Guanabara próximo ao bairro de Neves, no município de São Gonçalo. No vídeo é possível ver a barbatana dorsal do suposto tubarão se movendo enquanto o pescador demonstra espanto: “Tubarão grande, hein?”

Foto: Reprodução

De acordo com o portal “O São Gonçalo”, apesar de sugerir ser um tubarão, é provável que se trate de um boto (foto). "O tubarão tem movimentos mais lateralizados. A [barbatana] caudal dele é em pé. Então, nessa hora que ele expõe a dorsal, era para a gente ver também a ponta da caudal ou, pelo menos, um redemoinho na água causado por ela, e a gente não vê isso. A cauda do boto e do golfinho é horizontal e costuma não ser exposta na hora que ele mostra o dorso", explicou o biólogo marinho Rodrigo Marraschi.

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Uma curiosidade sobre tubarões no Brasil: segundo a BBC Brasil, dados de um estudo de 2021 conduzido por brasileiros indicam que cerca de sete em cada dez pessoas no país (69%) não sabem que a carne de cação é, na verdade, feita a partir de tubarões.

Foto: Albert kok for Wikimedia Commons

Sem conhecimento, as pessoas estão consumindo tubarão, um peixe com níveis elevados de substâncias tóxicas e cuja população tem diminuído globalmente nas últimas décadas.

Foto: wikimedia commons Albert Kok

E o impacto é grande, afinal o Brasil é o maior importador e consumidor de carne de tubarão em todo o mundo.

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Segundo a reportagem, a maioria dos brasileiros desconhece essa situação devido à falta de etiquetagem apropriada.

Foto: Imagem de Thomas por Pixabay

Além disso, os preços atrativos e a ausência de políticas públicas eficazes tornam o Brasil uma ameaça para a preservação dos tubarões.

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A população de tubarões e arraias no mundo diminuiu em 71% desde 1970, enquanto a pesca predatória desses animais aumentou 18 vezes.

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Segundo Bianca Rangel, do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), é necessária uma maior conscientização da população acerca do tema.

Foto: Terry Goss wikimedia commons

"Em vez de ser embalada com rotulagem adequada, a carne de tubarão é vendida no Brasil normalmente como cação, um nome ambíguo usado para várias espécies", disse Gil, da Sea Shepherd Brasil, ONG de conservação da vida marinha.

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A pesquisa foi conduzida pela agência independente de pesquisa Blend e encomendada pela Sea Shepherd Brasil, entrevistando 5 mil brasileiros em todo o país.

Foto: wirestock por Freepik

Em um artigo, os pesquisadores alertam sobre essa situação e propõem maneiras pelas quais o Brasil pode ajudar a preservar a população de tubarões.

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O Brasil se tornou o principal destino para carcaças de tubarão sem as barbatanas, de acordo com os pesquisadores.

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A cada ano, os brasileiros consomem cerca de 45 mil toneladas desse tipo de carne. Consideradas iguarias no mercado asiático, as barbatanas de tubarão podem atingir preços extremamente elevados, chegando a custar mais de US$ 1,5 mil por quilo (aproximadamente R$ 8 mil)

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A técnica para obtenção de nadadeiras é conhecida como "finning" e a maioria dos países proíbe essa prática.

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No “finning”, na maioria das vezes as nadadeiras são retiradas e o restante do corpo é descartado no mar.

Foto: Mark por Pixabay

Surpreendentemente, o Brasil foi o primeiro país a concordar com um tratado que proíbe essa prática. O artigo afirma que o país adquire carcaças e cortes do animal sem as nadadeiras de nações como China e Espanha, além do Uruguai, que exporta carne processada de tubarão.

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No Brasil, tubarões podem ser importados sem restrições, apesar da comercialização por pescadores ou empresários locais ser legalmente proibida.

Foto: Ali Abdul Rahman na Unsplash

De acordo com os cientistas, mesmo que haja discussões sobre a etiquetagem errônea de tubarões por parte das ONGs e instituições acadêmicas, nenhum passo foi tomado pelo governo até agora.

Foto: Kurt Cotoaga Unsplash

Eles acrescentam que, como resultado, os compradores no Brasil continuam a adquirir carne de tubarão sem consciência disso, o que está impactando negativamente as espécies vulneráveis.

Foto: Pexels por Pixabay

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Foto: Reprodução/Redes Sociais