Turco faz obra e descobre cidade subterrânea no porão de casa

A cidade de Derinkuyu, com mais de 200 anos de existência, foi descoberta na região da Capadócia, na Turquia, a partir de um evento inusitado, que tem ligação com um dos moradores.

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O misterioso local foi redescoberto em 1963 por um turco que via suas galinhas desaparecerem sem motivo. Até que um dia ele decidiu persegui-las e encontrou um buraco no seu porão

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O morador derrubou uma parede e encontrou uma sala misteriosa, que era apenas uma das entradas para a antiga cidade de Elengubu, que recebeu então o novo nome de Derinkuyu. A entrada descoberta pelo turco, na verdade, era um túnel escuro.

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A partir disso, as escavações começaram e os cientistas identificaram que, na verdade, era um complexo de 18 níveis de túneis, com uma profundidade de 85 metros. O equivalente a um prédio de 25 andares

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Alguns acessos podiam chegar a oito ou nove quilômetros de extensão e ligavam a antiga Elengubu a outras 200 pequenas cidades subterrâneas. Uma delas era a Kaymakli Underground City

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Os estudiosos descobriram que o túnel na casa do turco era apenas uma das entradas para a Derenkuyu. Posteriormente, foram encontrados outros 599 acessos em residências na região da Capadócia

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A notícia da ‘Cidade das Cavernas’ se espalhou pelo país e rapidamente atraiu a curiosidade de milhares de turistas. Em 1985, a localidade se tornou Patrimônio Mundial da Unesco

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Na região da Capadócia há mais de 200 cidades subterrâneas, mas somente algumas delas foram desenterradas. Até o momento, a antiga Elengubu é a maior delas e inclusive do mundo

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A cidade tinha capacidade de acomodar até 20 mil pessoas, já que comportava uma rede de moradias. Além disso, servia como um espaço de armazenagem de alimentos secos

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Possuía também estábulos, escolas, vinícolas, escadaria e até uma capela. O óleo de lamparina para iluminar a cidade também era produzido no local

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Após diversos estudos, o engenhoso sistema de ventilação da cidade impressionou os pesquisadores. Além de ser bem protegida, na teoria a estrutura foi responsável por distribuir água pura e ar fresco para toda a cidade

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Por sinal, os cientistas entendem que essas duas necessidades básicas foram colocadas como prioridades desde o início da construção da cidade

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Com o objetivo de impedir um ataque mortal ao seu suprimento de ar, a antiga Elengubu foi distribuída com mais de 50 poços de ventilação. Tal cenário permitiu o fluxo de ar natural entre suas diversas moradias e passagens

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Os poços foram estruturados com mais de 55 metros de profundidade, fato que permitia aos moradores da cidade bloqueá-los por baixo

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Outro ponto estrategicamente pensado foram os corredores. Intencionalmente, as estruturas eram estreitas, baixas e mal iluminadas para que os intrusos fossem forçados a se abaixar e entrar em fila única

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Na questão da segurança, as portas que ligavam cada nível eram bloqueadas por pedras de meia tonelada que só podiam ser movidas por dentro

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Na atualidade, a cidade de Derinkuyu é aberta para visitação. Com relação à data exata da construção da cidade ainda é um mistério, mas documentos antigos registram que a antiga Elengubu já existia em 370 antes de Cristo

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Os pesquisadores acreditam que os frígios – povo da antiguidade que ficava localizado na parte central oeste da Anatólia, no território que atualmente pertence a Turquia – foram os precursores nas construções subterrâneas, nos séculos VIII e VII antes de Cristo

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Depois de um longo período, os cristãos tomaram o local e deram sequência às estruturações nas cavernas. No caso, promovendo as expansões principalmente com a adição de capelas e inscrições

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A certeza é que a cidade de Derinkuyu foi predominantemente instituída na era bizantina. Isso porque foram encontrados no local artefatos como pedra de amolar, cruzes de pedra e cerâmica daquela época

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O local foi utilizado como esconderijo ao longo da história da humanidade. Primeiro pelos bizantinos que buscavam se proteger dos califados árabes durante as guerras árabe-bizantina entre 780 e 1180 depois de Cristo

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Em seguida, foi a vez dos cristãos da localidade que utilizavam as cidades subterrâneas para escapar das incursões mongóis de Timur no século XIV. Bem como para fugir das autoridades muçulmanas turcas quando a região foi tomada pelos otomanos

Foto: - Autor Desconhecido Dominino Publico

A comunidade grega da Capadócia também utilizou para se proteger de perseguições esporádicas até o século XX

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As cidades subterrâneas foram abandonadas após a troca de população entre a Grécia e a Turquia, que motivou a saída do povo cristão do território turco e sua mudança para a região grega. Os túneis de acesso foram reencontrados apenas 40 anos depois

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