Búfalas vítimas de maus-tratos são levadas para santuários

Mais de dois anos após denúncia, animais ganham final feliz

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Denúncia

Em novembro de 2021, a Polícia Ambiental recebeu denúncias sobre o abandono de mais de mil búfalas na fazenda Água Sumida, em Brotas (SP), que explorava os animais para produção de leite, vendido para fabricantes de queijos e iogurtes.

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Cenário de guerra

Voluntários de ONGs de proteção animal e o delegado do caso disseram que o local parecia um "cenário de guerra”. Eram animais agonizando de fome e de sede, muitos sem conseguir se levantar, carcaças espalhadas e outros sendo comidos vivos por urubus. Para salvá-los, um hospital de campanha foi montado.

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Desde então, os animais estavam sob os cuidados da ONG Amor e Respeito Animal (ARA) e permaneceram na fazenda até que a organização pudesse viabilizar o transporte de todos a outro espaço.

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O caso ganhou um novo capítulo em 31 de outubro de 2023, quando o Tribunal de Justiça de São Paulo destituiu a ONG ARA do encargo de depositária das búfalas resgatadas devido à falta de documentos de registros e de um plano de manejo para a retirada dos animais da fazenda.

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“Um plano de manejo de mil animais de grande porte e debilitados, é algo extremamente complexo, delicado e custoso”, explicou a ONG, em nota.

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Novos tutores

Em novembro de 2023, uma nova decisão judicial nomeou outras duas instituições, o santuário Vale da Rainha e o santuário Rancho dos Gnomos, para assumir a responsabilidade pelos animais, com o prazo de até o dia 12 de fevereiro de 2024 para retirá-los da fazenda.

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Trabalho árduo

Desde então, as ONGs trabalham para o manejo dos animais. No sábado, 10 de fevereiro, aconteceu o último transporte.

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Animais transportados

Foram 575 búfalos e 55 cavalos transportados ao santuário Vale da Rainha, em Cunha (SP), e 400 búfalos encaminhados ao santuário Rancho dos Gnomos, em Joanopolis (SP). Zerando, assim, o número de animais na Fazenda Água Sumida, em Brotas (SP).

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O último animal a ser retirado da fazenda foi o búfalo Arvol, que se recupera de uma fratura e não pode andar. Por isso, precisou de um transporte especial e individual.
Os cavalos também saíram da fazenda no último dia. “A carreta era muito grande e não conseguia entrar, então foram feitas diversas baldeações a partir de um outro veículo menor”, conta Larissa Maluf, voluntária, ao explicar sobre a natureza delicada e custosa da operação.

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Fim

Para embarcar os animais com segurança nos caminhões, no ínicio da operação, voluntários construíram uma estrutura de madeira na fazenda. Como ritual de encerramento, a última coisa que fizeram, assim que todos os búfalos e cavalos já haviam saído, foi derrubar o embarcador.
"Hoje nós encerramos toda trajetória, toda guerra de Brotas. Daqui pra frente eles vão ter vida digna, vão viver com dignidade, com amor, carinho, liberdade, vão viver assistidos”, diz Vitor Favano, do santuário Vale da Rainha.

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Ajuda

“A gente conta ainda com a colaboração que ainda vamos precisar, não é simplesmente que aqui termina, aqui começa, aqui eles vão viver 15, 20 e 30 anos e para isso nós vamos precisar de muito apoio", disse Favano. Para doar para o Vale da Rainha, faça um pix para a chave 41148294000180. Para o Rancho dos Gnomos, use a chave 04087616000100.

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Leia a matéria que conta o caso completo das Búfalas de Brotas

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