João Gordo distribui refeições veganas a pessoas em situação de vulnerabilidade

Projeto Solidariedade Vegan já entregou 280 mil marmitas

Foto: Alexandre de Pádua/Terra

Há cerca de quatro anos, o músico e apresentador João Gordo, junto com sua esposa Vivi Torrico, criou o projeto Solidariedade Vegan, que distribui diariamente refeições veganas e outros itens de necessidade básica a pessoas em situação de vulnerabilidade em São Paulo (SP).

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Comida vegana

Desde 2004, João é vegetariano e diz que a intenção sempre foi a de não incluir ingredientes de origem animal nas marmitas. Com isso, conseguem poupar a vida de milhares de aves, bois, porcos e peixes: “O povo do centro da cidade está sofrendo horrores com todo tipo de necessidade, tortura mesmo. Pra gente não fazia sentido levar um prato de comida que também tivesse tortura”.

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Impacto positivo

“A gente já distribuiu mais de 280 mil refeições. Começamos com 78 marmitas do nosso bolso e, desde então, estamos multiplicando, multiplicando, multiplicando”, diz João, que é complementado por Vivi: “Só no ano passado, a gente entregou 12 mil pares de chinelo”.

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A atuação toma lugar principalmente na Matilha Cultural, um espaço de cultura independente no centro de São Paulo (SP), mas também na Cracolândia, nas aldeias Tekoa Pyau, Tekoa Pindo Mirim, Tekoa Itakupe e Tekoa Itawera, localizadas no Pico do Jaguará, e nas ocupações Alcântara Machado, Luiz Gama, José Bonifácio e São Vicente.

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Cracolândia

“A gente faz vários projetos para redução de danos [na Cracolândia]. Toda semana, estamos nas exibições de filmes ou tocando samba junto com o Pagode na Lata. São algumas horas em que eles param de consumir [crack], estão dançando e fora de perigo, de apanhar e de serem torturados”, diz João Gordo.

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CPI das ONGs

Recentemente, saiu a notícia de que a Câmara de São Paulo deve abrir uma CPI para investigar ONGs que atuam na Cracolândia. O autor da proposta, o vereador Rubinho Nunes (União) se posiciona contra a distribuição de comida, kits de higiene e outros itens de redução de danos a usuários de crack.

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A entrevista com João Gordo e Vivi Torrico aconteceu no início de dezembro, antes da notícia da CPI das ONGs. Na ocasião, o casal falou um pouco sobre a atuação junto aos usuários de crack e a sobre ausência da assistência dos governantes: “Em vez de ajudar, eles confiscam barracas e molham cobertores. Quando a gente leva água e comida pra lá, somos multados, ameaçados e agredidos”, disse João.

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“A prefeitura joga bomba no fluxo. Cada uma custa R$ 800 ao cofre público e são jogadas quatro, cinco, dez por dia, todos os dias. Esse dinheiro deveria ser aplicado em políticas públicas. Em vez de jogar bomba, eles poderiam colocar bebedouros”, comentou Vivi.

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A convivência na Cracolândia fez o casal se aproximar de quem está em situação de rua e perceber que ali existem pessoas de todas as classes sociais. Para eles, é importante que haja conscientização e que a sociedade passe a entender que qualquer um poderia estar ali.

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Leia a entrevista completa com João Gordo e Vivi Torrico

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