Quem são os 'vilões' da camada de ozônio?

Película gasosa protege a vida na Terra dos raios ultravioleta (UV) do Sol

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Desafios ambientais

A proteção da camada de ozônio é um objetivo mundial desde a assinatura do Protocolo de Montreal (1987). De lá pra cá, o planeta Terra continua a enfrentar outros desafios ambientais. Assim, fenômenos como o efeito estufa ou aquecimento global passam a fazer parte também do vocabulário contemporâneo.

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CO2, o vilão?

Muito se fala dos riscos da emissão de CO2 (Dióxido de Carbono) através da queima de combustíveis fósseis (gasolina e diesel) e a importância da transição energética. Mas será que ele é o grande responsável pela diminuição da camada de ozônio? A resposta é: não!

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Diferenças

O CO2 é um dos principais gases causadores do efeito estufa, que é responsável pelo aquecimento global. Já o buraco na camada de ozônio é causado principalmente pelos clorofluorcarbonos (CFC). "São fenômenos diferentes, mas ambos impactam a vida na Terra", explica Luiz Mandarino, engenheiro químico, especialista em energia e conselheiro do Energy Hub do Grupo Sai do Papel.

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Vamos por partes

A camada de ozônio é o nome dado à região de alta concentração de moléculas de ozônio (O3), que envolve a Terra, e atua como uma espécie de filtro protetor contra a radiação ultravioleta (UV) do Sol. Quando os gases CFC atingem a estratosfera, há uma reação química que resulta na destruição do ozônio, provocando o 'famoso' buraco na camada.

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Proteção natural

"A camada de ozônio oferece proteção contra os raios ultravioletas, que podem provocar câncer de pele, problemas oculares, distúrbios na agricultura e o aumento do aquecimento global. Mas, é interessante como ele é reversível. Na pandemia, por exemplo, o buraco diminuiu abruptamente e depois voltou a crescer", explica José Damico, CEO da AgTech SciCrop e especialista em Inteligência Artificial.

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Gases CFCs

Os CFCs são os principais responsáveis pela diminuição da camada de ozônio. Eles são encontrados na estrutura de geladeiras e aparelhos de ar condicionado, aerossóis, sprays e solventes. O potencial nocivo desses gases era desconhecido até meados de 1970. Com a descoberta, os CFCs foram substituídos pelos: hidrofluorcarbonetos (HFC) e hidroclorofluorcarbonetos (HCFC).

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Pacto mundial

A descoberta de um buraco na camada de ozônio foi anunciada em 1985. Dois anos depois, foi criado o Protocolo de Montreal, tratado com o objetivo de eliminar a produção e o consumo dos CFCs. O Brasil assinou o tratado e não produz mais essas substâncias. Desde 2000, o País também proibiu a importação dos CFCs e demais substâncias nocivas à ozonosfera. As mudanças vêm provocando resultados.

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Recuperação

A Antártida é a região mais afetada pelo buraco na camada de ozônio. O buraco se forma todos os anos na primavera e se fecha novamente no verão. Com as mudanças provocadas pelo Protocolo de Montreal, especialistas já coletam dados sobre a recuperação da camada. Ainda assim, o processo é lento e ainda deve levar décadas.

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Efeito estufa

O Protocolo de Montreal limitou o uso de produtos nocivos à ozonosfera. Atualmente, o mesmo esforço é feito para limitar a emissões de gases do efeito estufa - CO2, o metano (CH4) e o óxido nitroso (N20), que são responsáveis pelo aquecimento global. Esses gases são emitidos principalmente meio da queima de combustíveis fósseis, queimadas e atividades industriais.

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Similaridades

"Com questão da camada de ozônio, houve um esforço limitado a um determinado grupo de produtos, um impacto relativamente pequeno na cadeia produtiva como um todo. Quando a gente traz essa experiência para o aquecimento global, os desafios são mais complexos, envolvem outras questões como soberania nacional e segurança energética", avalia Mandarino.

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Mudanças

Com tantos problemas ambientais, será que o buraco da camada de ozônio ficou um pouco esquecido para as pessoas? "Nos últimos 20 anos, trocamos os aerossóis, melhoramos a fabricação de compressores de refrigeradores e ar-condicionado. Por outro lado, surgiram novos problemas [efeito estufa, aquecimento global e outras crises] e acho que o buraco ficou um pouco esquecido frente aos outros desafios", diz Damico.

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Você sabia?

Em 16 de setembro é comemorado o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio. A data foi escolhida pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) por marcar o dia da assinatura do Protocolo de Montreal (1987), criado com o objetivo de proteger a camada de ozônio.

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