A esteatose hepática, ou gordura no fígado, pode ser causada por obesidade, resistência à insulina, diabetes tipo 2, dislipidemia, síndrome metabólica ou consumo excessivo de álcool. Geralmente assintomática, afeta o metabolismo de gorduras, carboidratos, proteínas e a desintoxicação do corpo, podendo evoluir para doenças mais graves. A seguir, a Dra. Marília Bortolotto, endocrinologista da diretoria da SBEM-SP, esclarece dúvidas sobre a condição.
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1. Qual a diferença entre esteatose, esteatohepatite e fibrose?
A esteatose hepática, acúmulo de gordura no fígado, pode ser benigna ou ter maior gravidade. A esteatohepatite é quando há inflamação associada, podendo evoluir aos longos dos anos para fibrose, com cirrose e até câncer de fígado, sendo que entre os pacientes com cirrose, o risco para câncer ao longo dos anos pode chegar a 5%.
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2. Como é o diagnóstico de esteatose hepática?
A esteatose hepática pode ser detectada por meio do ultrassom, porém sua sensibilidade é limitada para graus leves e em pacientes obesos. A ressonância magnética pode ser utilizada nesses casos. A elastografia, procedimento que utiliza o ultrassom para medir a elasticidade do fígado, é eficaz na detecção da fibrose. Quando há dúvida no diagnóstico, a biópsia pode ser considerada.
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3. Pessoas magras também podem ter esteatose hepática?
Sim, é menos comum. Mas em pacientes magros sem fatores de risco tradicionais é crucial excluir outras causas, como uso crônico de corticoides, anabolizantes ou certas drogas usadas no tratamento do câncer de mama.
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4. Qual é a relação entre o consumo de álcool e a esteatose hepática?
Não existe uma dose totalmente segura de álcool, e o risco está presente – mesmo em pequenas quantidades. O consumo acima de um a dois drinques por dia pode estar associado à doença hepática.
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5. O consumo de frutose, especialmente em produtos ultraprocessados, pode causar ou piorar a esteatose hepática?
O carboidrato em excesso, especialmente em produtos ultraprocessados, pode contribuir para a esteatose hepática. É importante diferenciar a frutose natural, proveniente das frutas e consumida moderadamente, da presente em produtos industrializados. O açúcar em excesso pode se transformar em gordura e, assim, se depositar no fígado.
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6. O consumo de café tem benefícios para a saúde do fígado?
Sim, estudos mostram que o café, consumido moderadamente (uma a duas xícaras por dia), ao longo do tempo, pode oferecer proteção contra fibrose e câncer de fígado.
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7. Como tratar a esteatose hepática?
A mudança de estilo de vida é a principal abordagem de tratamento. Estudos mostram que a perda de peso, atividade física e mudança na alimentação são eficazes. A redução de pelo menos 7% do excesso de peso já traz benefícios. Não há um medicamento específico, e a prioridade é a modificação do estilo de vida.
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8. Existem dietas preferenciais para tratar a esteatose hepática?
A perda de peso é o benefício mais comprovado, independentemente da dieta escolhida. Dietas mediterrâneas são estudadas e trazem resultados positivos. O jejum intermitente pode oferecer benefícios indiretos, pela perda de peso.
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