Time que levou black power para várzea vira livro

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Fundado por jogadores negros há quatro décadas, clube da Zona Leste paulistana chegou a ter nome censurado na época da ditadura militar sob a alegação de suscitar conflitos raciais

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Fundado em 1980 a partir do encontro de seis jovens negros na beirada do campo da Cohab 1, em Artur Alvim, zona leste, o Negritude Futebol Clube agora tem sua história contada em livro. A obra mostra a categoria de base do clube da periferia de São Paulo que arrastou o movimento black power aos campos de várzea

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No livro, a autora conta como é o processo de organização e a luta dos movimentos populares em clubes das quebradas. O livro foi lançado há cerca de 2 meses por Roberta Pereira da Silva, assistente social e pesquisadora sobre Racismo no Futebol e Futebol de Várzea

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Em sua obra, ela conta como uma amizade se estendeu para fora das quadras e como eles frequentavam os bailes blacks da região

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Sobre o Negritude F.C.

Na década de 80, tanto no escudo do time quanto no uniforme, estamparam um rosto de black power. Embora todos os fundadores fossem negros, a primeira formação no futebol de campo também contava com jogadores brancos

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Em 1986, a equipe ganha projeção, um ano depois da redemocratização do país, quando disputa pela primeira vez o tradicional Desafio ao Galo e, enfim, consegue o reconhecimento oficial do nome Negritude

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O preconceito, porém, ainda era um barreira. Jogo limpo, a partir de uma conduta esportiva sem violência, foi a forma encontrada pelos fundadores de desconstruir prejulgamentos sobre o time

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Outra maneira de marcar posição contra o racismo foi por meio de reverências a grandes personalidades negras da política e do esporte. Figuras como Martin Luther King, Malcolm X e Nelson Mandela ilustram as camisas do Negritude, sendo o líder sul-africano seu principal símbolo

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Nos jogos mais importantes, a torcida alvinegra estende uma faixa de 30 metros com seu rosto e o lema que o time tenta praticar em campo: “Mandela, nobre guerreiro da paz”

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Embora nunca tenha competido em ligas profissionais, o Negritude serviu de vitrine para jogadores que fizeram sucesso em clubes grandes

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O campo do Negritude substituiu a terra pelo gramado sintético. Sobreviver numa várzea cada vez menos amadora é o grande desafio. O clube tem apenas 14 sócios-torcedores, que contribuem mensalmente com 50 reais

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A principal fonte de arrecadação é a Copa Negritude, que reúne mais de 150 times da periferia e jogadores de 8 a 80 anos. O torneio promovido há duas décadas virou um dos mais tradicionais de São Paulo. Entretanto, só conta com patrocinadores de bairro e depende do valor de inscrição pago por cada equipe participante

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Outra mudança atinge a nova geração. Atualmente, o time infantil do Negritude abriga mais garotos brancos do que negros, algo inimaginável no auge da velha guarda do clube que deu impulso ao movimento black power nos terrões

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