Hugo criou o podcast Asfalto Verde em 2022 para divulgar ações positivas das turmas também conhecidas como Clóvis. Além de guardar fantasias, faz um trabalho insistente junto à imprensa. “As atividades acontecem o ano inteiro”
Foto: Arquivo pessoal
As fantasias guardadas na casa de Hugo Soares, como esta imagem da Banca de Guadalupe, sairão para festejos de Páscoa. E nas próximas semanas, estarão nas homenagens que as turmas fazem umas para as outras. Durante o ano, acontecerão reuniões e entrada de novos membros.
Foto: Arquivo pessoal
No final de março rolou o encontro de bateboletes, turmas de mulheres, no Parque de Madureira. As Brilhetes de Anchieta estavam lá. Começaram em 2013, o número de componentes variou, e atualmente são 41. Representam o feminino e a causa LGBT. “Esperamos que só cresça”, diz Vanessa Amorim.
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Entre as fantasias intactas guardadas na casa de Hugo, está a da turma Realengo KND, que ganhou na categoria Bola e Bandeira. Eles existem há 16 anos. O fantasia vencedora é inspirada no tema “espantalho dourado”
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Hugo Soares guarda a fantasia vice-campeão da União de Realengo, inspirada em guerreiros astecas. A turma tem 15 anos e cerca de 50 componentes. “Nosso comportamento é pacífico, família, o lado positivo da folia”, diz a apresentação a da turma.
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A fantasia classificada em terceiro lugar, outra relíquia guardada por Hugo Soares, é do Bate-bola Nada Mal, de Realengo. Tem cerca de 20 componentes e fez seu primeiro Carnaval. A fantasia inspirada em “signos do zodíaco” demorou oito meses para ficar pronta.
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Além de fantasias ganhadoras de concursos, Hugo Soares guarda roupas de rivais lendários do Bate-bola no Rio de Janeiro, como Boca Mole, gari e limpador de piscina, e Léo do Caos, Policial Militar.
Disputam o Carnaval como se fossem inimigos, mas é só na fantasia. São amigos reais.
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Boca Mole é Willian Dantas, mora na Fazenda da Serrinha, zona norte. Começou no Carnaval em 1999 e reúne dezenas de pessoas na turma Zueira de Vaz Lobo. “Por sermos da favela, as pessoas têm muito preconceito. Os componentes pagam o ano todo a fantasia. O importe é a qualidade”, diz Boca Mole, o “Zero Um de Sombrinha”.
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Turma do Caos, fundada em 1991, está no Taquara, em Jacarepaguá. Leo do Caos, artista de rua, é conhecido por pintar casacas de mais de cem turmas até hoje. Ele é personagem do documentário Carnaval, Bexiga, Funk e Sombrinha, de Marcus Vinícius Faustini
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Desde o final dos anos 80, pierrô é um estilo importante em São Gonçalo, além de fantasias de palhaços e gorilas. São várias turmas, como Os Zangados, Do Boneco, Playboyzada. Toda terça-feira de Carnaval, se reúnem no bairro da Trindade. “São cem mil pessoas”, diz Danilo de Souza, produtor de audiovisual da área.
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Na Ilha Governador, além dos blocos, as turmas são divididas entre Originalidade (Sinistra, Renovação), Palhaço (Rabugento, Sucesso, 100 Cao) Clóvis-Sombrinha (Sorriso da Ilha, Caco, Animação) e Bate-bola (Contexto, Não tem Jeito). São só algumas. Neste ano, no tradicional bairro da Cacuia, foram mais de 270 turmas, incluindo convidados.
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Flávio Azevedo, ou Hellboy, mora em Paciência, zona oeste. Com 50 anos, é quem mais colocou fantasias no Carnaval de rua do RJ. Trabalhou muito “capinando quintais, aterrando terrenos e vendendo ferro velho para comprar a fantasia”. Filho de costureira, aprendeu algumas técnicas. “Faço belos trabalhos bordados”, diz Hellboy.
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Campo Grande é celeiro de Bate-bola desde a década de 80. Com o crescimento, vieram produtores culturais, empregos diretos e indiretos, equipes de som, DJs. No Carnaval, são cerca de 100 turmas, entre elas a Bem Feito, a maior do planeta, com 550 integrantes.
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