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7 mitos sobre a amamentação que você talvez ainda acredite

Especialista explica os principais mitos sobre a amamentação e tira as dúvidas que a maioria das mulheres têm em relação a isso

10 ago 2024 - 13h37

O leite materno é a forma mais importante de nutrição para bebês de até 6 meses de vida, de acordo com o Ministério da Saúde. Inclusive, o aleitamento materno é tão importante que até diminui o risco de mortalidade em crianças de até 5 anos.

Confira os principais mitos sobre amamentação
Confira os principais mitos sobre amamentação
Foto: Shutterstock / Alto Astral

Por isso, é essencial saber mais sobre o assunto e não cair em mitos sobre amamentação que circulam por aí. Afinal, alguns deles podem até desencorajar as mães de amamentarem seus filhos, o que pode ser bastante maléfico para os pequenos. Algumas delas conseguem ter boas orientações sobre isso no pré-natal, entretanto essa infelizmente não é a verdade para todas.

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"Ainda que seja fundamental orientar a mulher sobre a amamentação no pré-natal, não são todos os médicos que o fazem. Somando a desinformação ao estado emocional mais vulnerável e à falta de apoio social, a mãe acaba se sentindo pressionada e acuada, comprometendo ainda mais a amamentação", lamenta Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP e médico do Hospital Albert Einstein.

A seguir, o profissional lista alguns dos maiores mitos sobre a amamentação e explica as verdades por trás deles:

A fórmula infantil é tão completa quanto o leite materno - Mito

Rico em anticorpos, o leite materno é o único que aumenta a imunidade da criança, ajuda a combater alergias e infecções respiratórias, além de diminuir riscos de doenças crônicas, como diabetes, obesidade e hipertensão.

Até mesmo o neurodesenvolvimento do bebê tem impacto com a amamentação. Em um estudo, pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, concluíram que o mio-inositol, uma molécula encontrada no leite materno, está diretamente ligada à formação das conexões neurais dos bebês. "Ou seja, somente o leite materno pode prover estes benefícios à criança", diz Carlos Moraes.

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Amamentar na primeira hora de vida é indiferente à saúde do bebê - Mito

O profissional explica que o aleitamento materno na primeira hora é importante para proteger contra a mortalidade neonatal. "Atrasar o aleitamento materno entre 2 e 23 horas após o nascimento do bebê eleva em 40% o risco de morte nos primeiros 28 dias de vida. Já o atraso de 24 horas ou mais aumenta esse risco em 80%", alerta.

É necessário amamentar de 3 em 3 horas - Mito

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), não é obrigatório estabelecer um horário fixo para a amamentação. O recomendado pela instituição é que o bebê seja amamentado em livre demanda, isto é, sem restrições de horários e de duração da mamada.

"Nos primeiros meses de vida, inclusive, a frequência costuma ser maior e com horários mais irregulares", explica Carlos.

A amamentação afeta a intimidade do casal - Depende

Nesse caso, não é 100% mentira, porém é um mito que isso sempre ocorra. Claudia Petry, pedagoga com especialização em Sexualidade Feminina pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e membro da SBRASH, explica que realmente é comum que a mulher, durante as oscilações emocionais da amamentação, tenha seu lado sexual afetado.

Entretanto, não é preciso deixar isso afetar toda a intimidade do casal. "Cabe ao casal perceber a necessidade de nutrir e cultivar sua relação, seja com momentos de beijos e carícias, ou mesmo com um filme a dois durante o sono do bebê. Ou seja, amamentar a criança jamais será motivo de perda da intimidade, se o casal souber preservar sua conexão", pontua a especialista.

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Quando congelado, o leite materno perde nutrientes - Mito

Muitas mulheres precisam congelar seu leite, especialmente quando voltam a trabalhar ou em caso de ingurgitamento mamário. Contudo, algumas ficam com medo que isso vá fazer com que ele perca nutrientes, o que não é verdade, desde que o processo seja feito com os cuidados necessários.

"O leite retirado, cuja duração é de até 15 dias, precisa ser guardado em frasco de vidro que tenha tampa de plástico. A higienização correta é feita com água fervente no recipiente por 15 minutos, seguida de secagem com pano limpo e repouso para que seque por completo, de modo natural", orienta Carlos Moraes.

Ademais, o momento de descongelar o leite também é importante. "Ao oferecer para o bebê, o leite deve ser descongelado em banho-maria, sem ferver, apenas esquentando a ponto de tirar o gelo. Lembrando que, uma vez descongelado, o leite não deve ser congelado novamente", diz o especialista.

A prótese de silicone atrapalha a amamentação - Depende

De acordo com Luís Maatz, cirurgião plástico pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC/FMUSP), o silicone atualmente é de um material biocompatível, possui alta coesividade e sua superfície externa é mais resistente.

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"O ideal é que a colocação da prótese seja via inframamária (incisão embaixo das mamas), ou pela via axilar, não havendo cortes na glândula nem nos ductos mamários. Dessa forma, seja na produção do leite como no seu trajeto ao mamilo, não há contato direto com a prótese", explica.

Quem fez redução de mama não pode amamentar - Depende

Segundo Luís Maatz, que também é cirurgião de Reconstrução Mamária no Hospital Sírio-Libanês, diz que muitas mulheres têm esse medo por conta do corte de certos ductos mamários durante a redução. Entretanto, isso nem sempre é um problema.

"A formação de novos ductos ocorre posteriormente. Quanto maior o intervalo entre a mamoplastia e o período de amamentação, maior a probabilidade de poder amamentar normalmente", esclarece Maatz.

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