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A verdadeira IA é a Inteligência Ativa das pessoas

Web Summit reforça o papel das pessoas e da cultura para o desenvolvimento dos negócios, da sociedade e da tecnologia

6 dez 2024 - 06h09
Resumo
O Web Summit Lisboa foi um evento intenso e enriquecedor, focado nas pessoas e na importância da criatividade e do atendimento ao cliente.
Fabiana Ramos
Fabiana Ramos
Foto: Leo Franco / Divulgação

Um verdadeiro tour de force rumo ao futuro da sociedade e dos negócios. O Web Summit Lisboa é uma maratona, física e intelectual. Além de andar mais de 10km por dia entre os pavilhões e entrar em contato com pessoas de todo o mundo, o evento nos faz retornar para o Brasil com excesso de bagagem intelectual.

Mesmo diante de um tema tão dominante quanto a Inteligência Artificial e seus desdobramentos, o evento foi tão rico que ofereceu ideias, insights e pensamentos sobre temas que têm muito mais a ver com pessoas do que com tecnologia. Se bem que não se faz tecnologia sem gente muito competente, motivada e cheia de propósito.

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Pois bem: o Web Summit mostrou que, muito antes da Inteligência Artificial, vem a Inteligência Ativa das pessoas que provocam a verdadeira transformação no mundo. Por mais incrível que sejam as possibilidades abertas pela tecnologia (e olha que o evento foi da IA aos robôs, às usinas de fusão nuclear e à colonização de Marte), elas só se concretizam a partir do ser humano.

Por isso, tudo começa em uma expressão já batida de tão utilizada: customer centricity. Ter um real foco no cliente significa pensar o negócio a partir da ótica do consumidor ou usuário do serviço – e não do fabricante / prestador. É uma lógica que 11 em cada 10 pessoas diz ter, mas que na prática, vemos em poucos lugares.

Ser customer centric é colocar as necessidades do cliente em primeiro lugar – e desenvolver o negócio a partir daí. Quando o foco está fora da empresa, as prioridades mudam e todo business passa a estar no setor de hospitalidade. Não basta entregar um bom produto: é preciso servir o cliente da melhor forma.

Isso não se faz sem um bom time, preparado, motivado e que entende para que a empresa existe. E esse time só se consolida quando a cultura molda as pessoas e faz com que cada um saiba claramente o que precisa fazer e para onde o negócio vai.

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Uma equipe superpoderosa como essa não é ameaçada pelos avanços tecnológicos, muito pelo contrário: ela se torna ainda mais empoderada a partir do uso intensivo de tecnologia. Se, como tem parecido ser cada vez mais, a Inteligência Artificial se tornar uma ferramenta onipresente, o verdadeiro diferencial não estará em saber apertar botões ou ter uma capacidade técnica inigualável. A diferença estará na criatividade e no sentido de atender bem o consumidor.

A Inteligência Artificial tem uma aplicação excelente: ela é muito mais eficiente que o ser humano para realizar atividades repetitivas ou extremamente complexas. Qualquer processo que possa ser descrito em etapas claras e repetidas se torna um algoritmo que pode ser aprendido por uma máquina. Mas isso não é nem o suficiente, nem o diferencial.

O que realmente faz a diferença é a Inteligência Ativa do ser humano. É a criatividade de encontrar uma solução diferente, de imaginar uma possibilidade nova, de aliar a inovação à invenção de algo até então impensado. A IA computadorizada organiza o mundo que temos, enquanto a IA humana cria mundos diferentes para explorarmos.

Saltar da realização de tarefas com eficiência para ser excelente em fazer novas perguntas é, porém, um desafio. Há 200 anos, somos criados para nos especializarmos em uma tarefa e realizá-la muito bem. Cada vez mais, porém, as soft skills é que farão a diferença: a capacidade de conversar, ter empatia, transmitir ideias e sonhos, envolver pessoas, transformar vontades em movimentos.

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Por isso, cada empresa, seja ela uma grande corporação ou uma startup nascente, precisa assumir um papel de desenvolvedora de criatividade. Fomentar a curiosidade das pessoas será cada vez mais importante para gerar times de alta performance, engajamento e resultados. Somente com essa curiosidade latente nas empresas criando um motor de inovação é que os negócios conseguirão navegar neste mar de inovações que estamos vendo surgir cada vez mais rapidamente. 

Estimule a Inteligência Ativa em sua empresa – ela é que fará a real diferença para o seu futuro.

(*) Fabiana Ramos é CEO da PinePR, agência de PR especializada no atendimento a scale-ups, empresas de tecnologia e grandes players.

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