Chocolate quente e gergelim: crianças morrem após reação alérgica grave e pais fazem apelo

Natasha tinha 15 anos, e Hannah, 13, quando morreram por alergia alimentar após comer uma baguete e tomar chocolate quente, respectivamente

16 ago 2024 - 10h14
Natasha Ednan-Laperouse, que faleceu após comer uma baguete, e Hannah Jacobs que sofreu uma reação fatal após tomar chocolate quente
Natasha Ednan-Laperouse, que faleceu após comer uma baguete, e Hannah Jacobs que sofreu uma reação fatal após tomar chocolate quente
Foto: Reprodução/Daily Mail

Os pais da adolescente Natasha Ednan-Laperouse, que morreu após comer uma baguete da popular rede de cafés Pret a Manger, fizeram um apelo para que o governo e as empresas alimentícias "acordem" para a gravidade das alergias alimentares. 

Nadim e Tanya Ednan-Laperouse falaram enquanto acompanhavam a investigação sobre a morte de Hannah Jacobs, de 13 anos, que também sofreu uma reação fatal após um único gole de um chocolate quente de outra rede de cafés, a Costa Coffee, em Londres, na Inglaterra. As informações são do Daily Mail.

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O casal, que fundou a Natasha Allergy Research Foundation, expressou sua decepção ao tomar conhecimento do caso e questionou:

“Quantas mais crianças precisarão morrer antes que comecemos a levar as alergias alimentares à sério?”

Detalhes do Caso

No primeiro dia da investigação no East London Coroner's Court, a mãe de Hannah, Abimbola Duyile, relatou os momentos que antecederam a tragédia. Ela havia alertado a equipe da Costa Coffee sobre as alergias da filha e pediu desculpas ao barista por ser "chata" ao solicitar que a vaporizadora de leite fosse limpa para eliminar qualquer resíduo de leite de vaca.

Ana Sanz, funcionária da Costa na época, admitiu no tribunal que usou o Google Tradutor para completar o treinamento sobre alergias, pois seu idioma nativo é o espanhol. Ela sugeriu que outros funcionários também possam ter feito o mesmo.

Aproximadamente 10 minutos após receber a bebida, em fevereiro do ano passado, Hannah tomou um gole e começou a vomitar quase imediatamente, segundo o depoimento de sua mãe. Duyile então correu com a filha para uma farmácia próxima, onde pediu anti-histamínicos que já haviam ajudado a aliviar os sintomas alérgicos anteriormente.

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No entanto, Hannah se queixou de que seu peito estava ficando “apertado e dolorido” e teve dificuldade para respirar. Um farmacêutico administrou um autoinjetor com adrenalina, mas o frasco só continha metade da dose recomendada para adolescentes e adultos. 

A raiva de Duyile com o barista rapidamente se transformou em horror quando Hannah perdeu a consciência.

Um cliente da farmácia chamou uma ambulância, e os paramédicos chegaram rapidamente, iniciando a reanimação cardiopulmonar. Apesar dos esforços no hospital, Hannah faleceu no dia 8 de fevereiro de 2023.

Reações e Pedidos

Nadim e Tanya Ednan-Laperouse se mostraram indignados com mais um caso de morte por alergia alimentar e pediram que indivíduos, empresas e o governo dêem a atenção necessária para manter pessoas alérgicas a alimentos comuns seguras.

“Precisamos aguardar para ver o que surgirá da investigação nos próximos dias. No entanto, este caso, assim como o da nossa filha Natasha e, infelizmente, tantos outros, destaca a seriedade das alergias alimentares”, disseram Nadim e Tanya Ednan-Laperouse.

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Histórico e Legislação

Natasha Ednan-Laperouse, de 15 anos, estava em uma viagem em Nice, na França, com sua melhor amiga e seu pai quando sofreu uma reação severa a sementes de gergelim em uma baguete recheada de alcachofra, azeitona e tapenade que comprou em Heathrow, no aeroporto de Londres. Na época, os estabelecimentos não eram obrigados a listar alérgenos em alimentos preparados no local.

Após sua trágica morte em 2016, a família de Natasha conseguiu a aprovação da “Lei Natasha”, que torna obrigatória a informação sobre alergias em alimentos preparados no local.

Fonte: Redação Terra Você
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