De modo frequente, a boa alimentação é ligada à produção de energia e manutenção de um corpo atlético, porém qualidade de vida vai muito da além de uma rotina fitness de exercícios, ou seja, não se traduz somente pela modelagem ou condicionamento físico. Pode parecer estranho, mas nutrição tem tudo a ver com o cérebro, e o mental é primordial para a saúde plena.
“Uma alimentação de qualidade, balanceada e diversificada, além de exercício físico, controle de estresse e boas noites de sono, são fundamentais para a prevenção e melhora de diversas doenças. Quando não temos uma alimentação balanceada, tendemos a ter déficit de algumas vitaminas essenciais para o funcionamento do corpo e do cérebro. Isso pode trazer problemas como falta de energia, incapacidade de concentração, dificuldade de raciocínio e de aprendizagem, mau humor, queda na imunidade, depressão, ansiedade, entre tantos outros sintomas”, comenta a nutricionista Paula Carretti.
Inimigos conhecidos e recorrentemente lembrados, processados e ultraprocessados têm potencial para atrapalhar atividades cerebrais, como explica a especialista. Atrelado a isso, a curto prazo, os gatilhos mentais podem trazer a ideia de que esse tipo de alimentação gera recompensa, aquela sensação de satisfação ao consumir, ao passo que contribui para o desbalanceamento nutritivo, por exemplo.
“O consumo elevado de alimentos processados e ultraprocessados, de sódio e de açúcares, pode causar déficits de memórias, dificuldade de aprendizado, maior probabilidade de doenças neurodegenerativas, anemias e a perda da capacidade de reconhecer os sinais de fome e saciedade”.
Já as dietas restritivas, como eliminar totalmente um grupo da pirâmide alimentar ou ingerir exclusivamente um determinado outro, como carboidratos ou proteínas, às vezes, são apresentadas para alguns como soluções de emagrecimento, mas podem não levar em conta uma série de outros quesitos fundamentais para uma boa saúde, como o entendimento da condição de cada indivíduo. Por isso, o acompanhamento especializado é indispensável.
“São diversos os impactos que as dietas restritivas podem nos trazer, tanto comportamentais, quanto físicos. Excluir grupos alimentares, como carboidratos, proteínas ou gorduras do nosso dia a dia, diminui o consumo de nutrientes importantes. Os carboidratos são fonte de energia, essencial para o funcionamento do cérebro (maior consumidor de glicose do corpo), e melhoram a qualidade do sono; já as proteínas são importantes para a manutenção do metabolismo, reparação de tecidos, hormônios, produzir enzimas; e as gorduras ajudam na absorção de vitaminas, mantém nossa temperatura corporal e produzem hormônios, entre várias outras funções. As vitaminas e minerais também são importantes e necessárias para que nosso corpo trabalhe da forma correta”, afirma a nutricionista.
A conexão entre corpo e mente evidencia que o desequilíbrio vai, inevitavelmente, afetá-los. Apesar disso, esse é um fator que dá a dimensão do quão imprescindível é cuidar de cada um deles.
“No campo comportamental, as restrições [alimentares] podem gerar sentimento de culpa, perda de autoestima, pode levar ao desenvolvimento de transtornos alimentares e distorções de imagens, ansiedade e depressão. No físico, temos a possibilidade de perda muscular, perda de energia, indisposição, diminuição das regulações hormonais e queda no rendimento de exercícios físicos”, finaliza Paula Carretti.
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