A tatuagem convencional parece não ser mais suficiente para as pessoas expressarem suas vontades e também prestarem homenagens a entes queridos. Um novo estilo que usa agulha e linha ao invés de tinta tem ganhado alguns adeptos.
A jovem Lauryn, mais conhecida como Glitch-Vizen, foi a primeira a bordar uma tatuagem em sua pele. Ela teve a ideia como uma forma de homenagear a avó. Para isso, com linhas coloridas fez em toda a pele das costas um bordado exatamente igual a um desenho que a avó havia feito e emoldurado.
Já a inglesa Eliza Bennett usou a técnica como forma de protesto. A artista costurou as articulações da palma da mão e fotografou o resultado para seu projeto O trabalho de uma mulher nunca termina, no qual questiona qual o valor devido deve ser dado às funções tidas como femininas. Ela pretende desmistificar a ideia de que os afazeres domésticos são "fáceis e rápidos".
A artista usou a mão como uma tela em branco e escolheu o bordado porque, segundo ela, a arte representa a sensibilidade e feminilidade das mulheres. Com isto, ela quer alertar para os males fisicos que algumas profissões prioritariamente femininas sofrem, como na limpeza e em fábricas.
Outro adepato de bordar a pele é o espanhol David Catá, que lançou a autobiografia A flor da Pele, na qual retrata pessoas importantes que passaram pela sua vida com retratos bordados nas palmas das mãos.
Ele explica que bordar cada um dos rostos destas pessoas que têm "a vida entrelaçada" com a sua leva cerca de 20 minutos. Mesmo com as perfurações das agulhas, o artista afirma que a dor não é tão grande já que atinge a camada mais superficial da pele.