Entenda por que o estresse faz os cabelos caírem

Médico explica como a produção do hormônio cortisol interfere na saúde capilar

18 abr 2024 - 14h01

Notar os cabelos caindo por conta de estresse ou que os fios estão ralos após uma situação traumática é algo comum e que, embora pareça simples de reverter apenas procurando relaxar, precisa de cuidados específicos. O diagnóstico vai além de reconhecer a causa externa para o problema: os cuidados devem ser internos também, pois o estresse tem relação com a secreção hormonal, mais precisamente com o cortisol. 

O estresse é um dos grandes causadores da queda de cabelo
O estresse é um dos grandes causadores da queda de cabelo
Foto: Rawpixel.com | Shutterstock / Portal EdiCase

A seguir, o médico e tricologista Dr. Ademir Leite Junior explica qual é a relação do estresse com a queda de cabelos. Confira! 

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Momentos estressantes liberam cortisol

Em situações de nervosismo, tensão excessiva ou com sensação de perigo, o hormônio cortisol é liberado em maior quantidade, podendo ser responsável por diversos sinais e sintomas relacionados a problemas que, se pouco investigados ou combatidos isoladamente, permanecem por muito mais tempo. Como consequência, isso causa ainda mais estresse, ou seja, um diagnóstico equivocado traz mais sofrimento ao paciente.

"O cortisol é um hormônio produzido pelas glândulas adrenais. Faz parte do grupo dos hormônios conhecidos como esteroides e, assim como todos os esteroides, tem como matéria-prima o colesterol. Trata-se, portanto, de um hormônio lipídico. É produzido ao longo de todo o dia, porém com picos de produção e secreção no sangue próximo às 8 horas da manhã e às 16 horas da tarde", explica o Dr. Ademir Leite Junior.

Altos níveis de cortisol fazem os cabelos caírem

Com a maior quantidade de hormônios liberados, surge a queda de cabelos causada pelo estresse. O Dr. Ademir Leite Junior usa como base estudos recentes para explicar melhor: "As pesquisas mostram que os folículos pilosos/capilares respondem ao cortisol reduzindo sua taxa de proliferação celular na raiz do cabelo, ou seja, os cabelos crescem menos e podem até parar de crescer sob a ação do cortisol", afirma.

Além disso, conforme o médico, os próprios folículos parecem produzir cortisol, função que exercem para sua autorregulação. "Nestes casos, as próprias células das raízes dos cabelos podem diminuir suas atividades ou parar de trabalhar por controle próprio em função do cortisol", acrescenta.

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O cortisol em altos níveis causa danos aos cabelos
Foto: Volodymyr TVERDOKHLIB | Shutterstock / Portal EdiCase

Problemas causados pelo excesso de cortisol 

Para além dos cabelos, a gama de problemas possíveis a partir do excesso de cortisol por tempo prolongado é preocupante. Entre eles, estão:

  • Diminuição da testosterona;
  • Perda de massa muscular;
  • Diminuição do apetite sexual;
  • Aumento do peso;
  • Aumento das chances de osteoporose;
  • Riscos para síndrome de Cushing.

Por que fazer uma avaliação é importante?

Segundo o tricologista, "a avaliação do nível de cortisol na consulta de cabelos é sempre importante e esclarecedora não só para diagnosticar quadros leves de elevação deste hormônio que podem causar a queda capilar, mas também para a identificação de problemas mais significativos dentro do ponto de vista da saúde do indivíduo como um todo".

Benefícios do cortisol em níveis normais 

O cortisol em níveis normais regula a pressão arterial, os níveis de açúcar do sangue e o humor. Ainda, atua no manejo de carboidratos, proteínas e gorduras do corpo, bem como fortalece a musculatura do coração. Isso explica a importância desse hormônio quando o assunto é energia e disposição. 

Além disso, no que se refere aos cabelos, a fim de que eles continuem em plena produção e firmes no couro cabeludo, o cortisol deve estar cumprindo bem seu papel para que esse funcionamento contribua na digestão, no ciclo menstrual, no equilíbrio do peso, entre outros pontos relacionados ao metabolismo.

Hábitos para controlar a produção do cortisol

Manter os níveis hormonais em harmonia é o ideal. Há casos em que são necessários tratamentos e abordagens mais prolongados com equipe multidisciplinar. Mas, independentemente disso, vale mencionar que o combo alimentação saudável e exercícios físicos também se aplica para o controle do cortisol. Com uma extensão de benefícios que alcança os neurotransmissores cerebrais, que são muito bem-vindos, o trio serotonina, dopamina e endorfina já tem a sua produção incentivada com a prática diária de atividades físicas.

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Por Denise Bispo 

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