Feira de tatuagem tem preços de R$150 a R$10 mil; veja fotos

6 jan 2013 - 10h40
(atualizado em 7/1/2013 às 12h28)

Quem entra de olhos fechados pelos 6 mil metros quadrados do Armazém 4 do Porto do Rio pode achar que está em um grande consultório dentário. O barulho das maquininhas não para um minuto. Mas basta abrir os olhos para ver a imensidão de cores e estilos da Tattoo Week Rio, que acontece entre 04 e 06 de janeiro no Píer Mauá, onde mais de 200 tatuadores do Brasil e do mundo se dividem em 170 estandes, com valores que vão de R$ 150 aos R$ 10 mil reais.

Das delicadas às mais radicais, tatuagens ganham cor e forma em feira especializada no Rio de Janeiro
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Foto: Daniel Ramalho / Terra

Entre eles, os renomados Steve Souto, da Espanha e o brasileiro Marcelo Smash, que se confundem com um público ávido por mais uma tatuagem, um piercing, um implante, um outro estilo, um novo design, harmonia com outras tattoos ou mesmo uma homenagem a um parente ou mesmo ao cachorro. "Cada um pode escolher o que mais agrada fazer, escolher um desenho, trazer um ideia" explica Cris Grisi, um baiano que faz da tatuagem uma arte há 12 anos.

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Na linha das homenagens, Cristel Finetto, estudante carioca, chegou à feira apenas com uma foto do seu cachorro poodle e demorou até descobrir alguém que quisesse fazê-lo direto nas suas costas. "Mesmo sendo uma feira importante como essa, foi difícil encontrar alguém" explicou, enquanto o desenho era feito nas suas costas. A profissional da área Marie Kahlert veio de Porto Alegre veio para trocar experiências e fazer uma nova tatuagem com o espanhol Steve Souto. "Não vi grandes novidades em relação a piercings e implantes" disse, um pouco desapontada mas orgulhosa da âncora que tem implantada na mão esquerda. "Fiz na Argentina em homenagem ao meu pai, que tinha uma tatuagem igual na mão."

Tem também a linha das "não-homenagens", como o caso da especialista em segurança Renata Valente, que chegou à feira com as iniciais do ex-marido tatuado na perna esquerda e saiu com algumas flores misturadas com um desenho tribal. "Você tem que confiar no profissional. Eles têm a visão do pós-desenho. A gente tem que se entregar", contou, enquanto o veterano Jorge Moreira, trabalhava. "Ela chegou apenas com a proposta de fazer desaparecer as letras. Eu penso, faço um desenho à caneta e começo o trabalho" conta o goiano que tem 31 anos de experiência na área de tatuagem. 

Experiência tambem na dupla Ganso Galvão e Adilson Ferreira, o Pigmeu, radicados há 15 anos na Alemanha e que vieram ao Brasil mostrar sua arte e trocar experiências. "Daqui vamos para uma feira em Amsterdã e depois voltamos com mais idéias para a Alemanha" explica Pigmeu, que já foi percussionista na banda do cantor Manu Chao.

Fazer uma tatuagem pode custar um carro usado, como é o caso da do cobrador Josilei Pinheiro, de Nova Friburgo, que desde janeiro do ano passado já gastou mais de R$ 6.500 reais em quatro tatuagens que cobrem suas costas, ombros, duas pernas e ainda parte da perna da mulher. "É um predador completo, que levou quase sete meses para ficar pronta" afirma, depois de passar por sessões semanais de cinco horas durante o período.

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Até quem está trabalhando teve tempo de fazer sua tatuagem. É o caso da recepcionista Anne Margaride, que fez uma revoada de gaivotas no ombro direito. "Uma tatuagem não pode demorar muito a ser feita, para a pessoas sofrerem o mínimo" explica Jorge Moreira. A feira no Rio vai até este domingo (6) e se você está pensando em fazer sua primeira tatuagem ou ampliar a coleção, ainda dá tempo. Os ingressos custam R$ 15. O espaço, apesar de cheio, tem ar-condicionado e a arte e a criatividade não parecem ter limites. Como diz uma frase em um dos stands: "não precisamos de pele, queremos gente que valorize a arte".

Fonte: Terra
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