Em 2023, Marilynn Larkin recebeu um diagnóstico de câncer de mama que virou sua vida de cabeça para baixo. No entanto, em vez de se deixar dominar pelo medo, ela decidiu tomar uma atitude e há seis meses atrás, contatou a Federação Mundial de Fisiculturismo Natural para saber as informações sobre como competir novamente. Ela deu um depoimento da sua história para a revista Women 's Health.
A paixão de Larkin com o exercício físico começou quando ela ainda estava na faculdade, onde praticou esgrima e dança, e se aprofundou na década de 70, quando começou a frequentar academias de ginástica.
Após iniciar treinos com um personal trainer, Larkin foi incentivada a participar de sua primeira competição de fisiculturismo aos 54 anos. Embora tenha se classificado, ela percebeu que o que mais gostava no fisiculturismo era o treinamento e não o dia da competição.
Durante o treinamento, em 2005, Larkin frequentemente recebia perguntas de pessoas no ginásio e na rua sobre sua dieta e rotina e desenvolveu um programa de postura usando faixas de resistência, o qual ensinou em várias conferências e escolas de Nova York, nos Estados Unidos.
Em 2023, a rotina de Larkin foi interrompida. Por causa da pandemia, ela adiou a procura por atendimento médico para um caroço que apareceu em sua mama. “Inicialmente atribui a dor de fazer mais de 80 flexões por dia. Quando procurei ajuda, o câncer havia progredido para metástase atingindo meu fígado”, conta.
Apesar da gravidade do diagnóstico, ela optou por lumpectomia e radiação, em vez de mastectomia e quimioterapia, priorizando sua qualidade de vida e o tempo dedicado às suas rotinas de exercícios.
De volta às competições
A decisão de retornar ao fisiculturismo foi um passo para enfrentar o desafio e buscar a autoaceitação e o empoderamento. O treinamento para a competição incluiu um programa de 16 semanas com foco em sobrecarga progressiva, balanceamento e simetria do físico, apesar dos efeitos colaterais do tratamento do câncer.
"Eu sabia que precisava de um desafio para me ajudar a seguir em frente com minha vida após o diagnóstico e imediatamente pensei em fisiculturismo"
Durante essas 16 semanas, Larkin treinou força três vezes por semana e fez cardio duas vezes. Seu treinador variava os exercícios para evitar platôs e garantir desafios constantes. Ela também trabalhou com um treinador virtual para aprender poses e criar uma rotina para o palco.
De acordo com ela, a jornada mental foi desafiadora, especialmente ao enfrentar mudanças físicas causadas pelo câncer. Larkin teve que superar a autoconsciência e aceitar sua aparência antes de se apresentar em público.
Em junho de 2024, ela concorreu em sua segunda competição de fisiculturismo e conquistou o primeiro lugar na divisão Masters do Hercules Pro/Am da Federação Mundial de Fisiculturismo Natural em White Plains, Nova York.
Embora seu câncer tenha permanecido estável no último ano e tenha optado por não seguir tratamentos agressivos, Larkin planeja competir novamente em 2 anos, na primavera de 2026, quando estará com 77 anos. Enquanto isso, ela continua a treinar intensamente para manter seus ganhos e desfrutar de uma pausa na dieta pré-competição.
Quatro passos para ter um corpo forte na terceira idade
Ela também compartilhou os quatro fatores essenciais para o sucesso da sua transformação de força, confira!
Encontre um treinador de confiança
“A abordagem do meu treinador não era apenas levantar pesos mais pesados, mas também garantir simetria e equilíbrio no meu físico, o que é tão crucial para o fisiculturismo. Nós nos concentramos em áreas que precisavam de melhorias, e meu treinador sempre adaptou a rotina com base nas minhas necessidades e quaisquer limitações. Essa confiança e comunicação consistente foram cruciais, especialmente durante meu período de recuperação, quando tive que reconstruir minha força.”
Não deixe o medo tomar conta
“Gosto de dizer: 'Sinta seu medo, então passe por ele.' Não quero dizer que nunca senti medo — fiquei morrendo de medo depois do meu diagnóstico. Mas então percebi que há muito mais que quero fazer, e o fisiculturismo se tornou uma maneira de superar meus medos. É tudo sobre se dar permissão para encontrar o que te ilumina, então vá atrás disso.”
Foco na jornada, não no resultado
“Dei a mim mesma permissão para não deixar que a autoconsciência me impedisse de perseguir esse objetivo, independentemente de como seria a linha de chegada. Praticar a autoaceitação durante todo o meu treinamento (e vida!) e encontrar apoio na minha comunidade durante todo esse processo foi primordial.”
Priorize a nutrição
“Assim que recebi meu diagnóstico de câncer, cortei álcool e frituras, reduzi bastante o açúcar e me comprometi com uma dieta limpa. Isso tornou minha preparação para o fisiculturismo mais tranquila, já que eu já estava comendo dessa forma. Não vejo isso como disciplina, mas como um compromisso comigo mesmo e com meus objetivos. Durante a preparação, as refeições se tornaram mais simples e mais focadas em abastecer meu corpo para o treinamento rigoroso que estava por vir.”