Balenciaga encerra desfile com look para ser usado só 1 vez

26 jun 2024 - 09h42
(atualizado às 11h06)

Os desfiles da grife Balenciaga, que até finais dos anos 1960 era a maison de alta-costura mais prestigiada de Paris, mesmo com o advento do prêt-à-porter, continuam dando o que falar. Nesta quarta-feira (26), Demna Gvasalia prestou uma homenagem ao criador da casa, o espanhol Cristobal Balenciaga, que encerrou as atividades em pleno auge em 1968, com algumas das silhuetas que remetiam ao mestre. Mas sempre com informações retiradas das ruas atuais, num encontro entre o passado irretocável do mestre conversando com os códigos das subculturas do século XXI.

Look Balenciaga de alta-costura
Look Balenciaga de alta-costura
Foto: Reprodução/Instagram / Elas no Tapete Vermelho

O look de encerramento, de número 39 (sim, os modelos entravam segurando o número do modelo apresentados, como nos velhos tempos), fez uma releitura da silhueta casulo, uma das mais emblemáticas do criador espanhol. Denma usou nada menos que 47 metros de tecido estruturado de náilon e montou o look diretamente no corpo mda modelo. Ou seja, um vestido para ser usado apenas uma vez, no desfile, a menos que alguma das clientes queira usar a peça, recebendo as dezenas de metros em casa e monte o look ela mesma.

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Sempre com olho no burburinho das redes sociais, Denma com certeza criou o vestido com o propósito de gerar comentários. E gerou. "Eu faço parecido com minhas cobertas! Mas gostei!", disse um internauta. "E eu aqui precisando de sacos de lixo", escreveu outra na foto do look publicada no Instagram. "Look para pessoas introvertidas", comentou um seguidor.

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A silhueta casulo do look de encerramento tem a ver com a proposta do desfile, já que alguns modelos surigiam com máscaras de borboleta, com casacos de pele falsa (na verdade, cabelo), camisas xadrezes ou maxicamisetas (como nas fotos acima).

Sobreposições modernas, camisetas oversized com pegada esportiva, calça e jaquetas jeans exageradas, jaquetas de náilon de modelagem ampla e até vestidos feitos com fitas e retalhos que lembram blusas de moletom também pontuaram o desfile: matérias-primas já usadas, provando que o upcycling também pode estar presente na alta-costura. Esse conceito inclui o vestido número 34, branco com modelagem que lembra coluna grega, feito com sacolas de plástico derretida.

Outros looks também parecem ter sido feitos no corpo da modelo, como o de número 36, em tecido dourado, que envolve o corpo feminino, como uma embalagem de bombom amassada. O desfile trazia uma trilha sonora relaxante, com uma voz que induzia à inspirar e expirar, enquanto que na passarela doses significativas de informações fashion mostravam elementos do passado, do presente e do futuro (roupas reutilizadas, por exemplo) juntos.

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