Muitas mulheres brigam com o espelho só de pensar em ir à praia. Não é o caso da modelo Flúvia Lacerda, que vive em Nova York e faz parte do casting plus size da agência Ford+. A brasileira, descoberta num ônibus em Manhattan, em 2003, lançou na última terça-feira (1º) sua linha de moda praia em parceria com a Melinde Brasil, cujo mote principal é o conforto. “Esta foi a primeira coisa que pensei ao desenvolver a coleção, porque é isso que importa quando vou à praia”, disse em entrevista ao Terra.
A top de 35 anos e manequim 48 é categórica: “A mulher não tem que seguir as regras que são disseminadas na mídia sobre o que determinado tipo de corpo deve ou não vestir. O melhor é cada uma seguir seu estilo.” Esse estilo ela mesma seguiu ao aprovar as seis peças da coleção, além de duas saídas de banho e uma bolsa de silicone. “Quando vou à praia, não gosto de ficar sentada o tempo todo. Caminho, jogo vôlei com meu filho. Por isso, uso peças que não ficam saindo do lugar e são confortáveis. Por exemplo, a calcinha tipo shorts, que faz parte da linha.”
Comportada
A coleção é inspirada na década de 60 e traz estampas exclusivas e modelagem comportada. As calcinhas têm as laterais mais largas e o top do biquíni é inteiriço, o que ajuda a afinar a cintura e não marca a gordurinha nas costas, pois não tem fecho ou amarração. As alças são amarradas no pescoço, o que dá sustentação. As estampas geométricas vêm em cores vivas, assim como as peças lisas. Na cartela, estão pink, azul royal, verde-claro, turquesa e lilás. A numeração vai do 44 ao 52 e os preços variam de R$ 79 a R$ 250.
Flúvia lembra que as peças são vendidas separadamente, para se adaptar melhor ao corpo de cada uma. “Minha silhueta é em formato de pera. Tenho mais quadril e menos busto, por isso sempre comprei peças separadas. Não entendo as marcas que só vendem conjuntinhos.”
Sem lamentação
Fora da praia, Flúvia revelou que as peças que não faltam em seu guarda-roupa são jeans de lavagem escura e blazeres. A modelagem das calças varia da cigarrete à flare (boca de sino). “Tenho blazer de todas as estampas, cores e tecidos. Um look fica completamente diferente com ele. Imagine um vestido com sapato baixo. Se você coloca um blazer e um salto, muda tudo. Não vivo sem.” Para ela, cada pessoa tem de achar sua forma de se expressar com a moda. “É preciso descobrir o que gosta e o que a representa melhor”, aconselha.
A top plus size dá um puxão de orelha nas mulheres que lamentam não ter a silhueta que gostariam. “Sempre digo que a vida é curta para ter problemas demais e ficar procurando coisas onde não existem. Há muito mais razões para celebrar do que lamentar. Temos de endurecer menos. O importante é ter um corpo que nos leva de A a B, ter saúde, ter gente que nos ama. Não dá para ficar se automassacrando por coisas tão irrelevantes, como seguir o que a mídia e as revistas de moda falam. É preciso reformatar o jeito de pensar.”