A drag queen Conchita Wurst, vencedora do concurso musical Eurovision e que ficou conhecida como "mulher barbada", tem ampliado seus horizontes além dos palcos. Depois de desfilar para a grife Jean Paul Gaultier no mês passado, a austríaca de 25 anos protagoniza agora um ensaio de moda fotografado por ninguém menos que Karl Lagerfeld, diretor criativo da Chanel.
O ensaio foi feito com exclusividade para a revista CR Fashion Book, publicação comandada por Carine Roitfeld, ex-editora da Vogue francesa, e contou também com a presença da modelo grávida Ashleigh Good. Usando lingerie, cinta-liga e looks Givenchy, além de cabelos levemente ondulados e a make leve, o ensaio manteve um cenário clássico.
Além das fotos, Conchita, que quando não está no personagem responde por Tom Neuwirth, deu entrevista à modelo andrógina Casey Legler e falou sobre sua infância. "Conchita é a história da minha vida. Eu cresci em uma pequena vila na Aústria, bem conservadora, e sempre fui o garoto estranho que se vestia como menina", contou a cantora.
Ela disse ainda que começou a se travestir de drag queen com 14 anos durante ocasiões especiais e, em 2010, um amigo a viu fazendo um show burlesco e ofereceu um trabalho na área. "Foi neste ponto que comecei a me vestir como drag regularmente e foi impressionante porque, além de me vestir todo fim de semana, também tive que aprender sobre os grandes artistas, sobre as pessoas que fazem isso. Isso abriu meus olhos para um mundo totalmente novo", afirmou.
Esta postura arrancou elogios de Lagerfeld, que comentou que exatamente a tentativa de mudar a conformidade é o que ele admira na cantora. "Gosto da Conchita porque ela não tem só uma bela voz, mas porque ela fez alguma coisa antes disso. Temos várias "mulheres barbadas", mas nunca havíamos visto um homem barbado que se comporta e veste como uma dama. Isso traz outro significado ao termo "drag", afirma Lagerfeld.
