Em tempos de crise, nada melhor do que usar a criatividade para se vestir bem sem acabar o mês no vermelho.
A dica é do consultor de moda Arlindo Grund, que nesta terça-feira (20) esteve no SPFW e concedeu uma sessão de autógrafos do seu livro Nada Para Vestir, lançado no último mês de julho.
Segundo ele, a publicação tem justamente a proposta de fazer com que a mulher olhe para o guarda-roupa de uma maneira diferente. "Às vezes, a gente não tem grana para comprar aquela peça da tendência, mas, muitas vezes, temos uma peça bacana parada no armário e não sabemos como usá-la de uma maneira diferente.”
Antes de falar sobre peças básicas que podem ajudar neste sentido, Grund deu dicas úteis para facilitar as escolhas na hora de se vestir. "Conhecer o seu tipo de corpo, porque assim você compra roupas certeiras para você. E você tem que pensar na adequação, se tem a ver com o ambiente social, o estilo do lugar que você vai, porque a roupa passa uma mensagem."
Outra dica é a adequação da roupa à idade. "A pessoa tem que ser consciente da sua faixa etária, porque não adianta você querer usar uma tendência que fica boa numa menina de 16 anos se você já tem 60, 70.”
Peças-chave
Depois da onda do consumo desenfreado, a era agora é a do aproveitamento máximo das coisas. O consultor explica a crise dos Estados Unidos de 2008, que obrigou os estilistas internacionais a criarem peças que tivessem um prazo muito maior do que uma temporada. "Essa preocupação também veio para o Brasil. As marcas e os estilistas começaram a criar peças mais atemporais, que podem ser usadas em qualquer momento", analisa.
Entre os queridinhos do especialista, o principal é o blazer alongado. "Veste bem qualquer tipo de corpo, se você tem um bumbum mais avantajado, se você não tem formas femininas...", observa. Sobre a cor, ele indica apostar no preto e no azul marinho, como primeiras opções. Outras tonalidades bem-vindas são o caramelo, areia, e também os mais estampados, que, segundo ele, estão em alta.
Outra peça fundamental é a calça de alfaiataria. "Com essas duas peças você consegue compor looks incríveis. Você coloca uma camiseta, com uma sapatilha, você está despojado. Você coloca uma camisa de seda com um salto alto, já tem um look mais sofisticado", indica.
Quando o assunto são os acessórios, ele aposta no colar de pérola como uma peça "clássica", e, entre os sapatos, a melhor opção na opinião do consultor são os de saltos mais grossos, que "fizeram história na década de 70 e estão voltando com tudo". "Ele preserva o conforto da mulher, que pode ficar o dia inteiro com ele e não vai ficar com aquela sensação de que tem agulhas embaixo dos pés."
E as transparências, hein?
Apesar de ser uma temporada de inverno, as marcas não estão desapontando quando o assunto são as transparências. Mas como encaixar isso no dia a dia? De acordo com Grund, é preciso cuidado pra não banalizar a sensualidade. "A sensualidade agora virou sinônimo de vulgaridade, isso dá uma pena muito grande."
Para reverter essa situação, ele indica seguir exatamente as referências de passarela. "Tem as transparências, mas tem os casacos mais pesados. Tem tecidos mais finos, que dão aquela sensação de transparência mas que não mostram muito, é aquela coisa do 'mostra ali, esconde aqui'", finaliza.