Gloria Coelho foi mais uma que fez uma apresentação diferenciada no São Paulo Fashion Week. No palco do auditório da Faculdade Belas Artes, na Vila Mariana, em São Paulo, as modelos entravam uma a uma, iam de uma ponta a outra e voltavam. Já pelo nome da coleção, é possível ver a referência mais forte: O Jardim No Mar Assimétrico. Praticamente todas as peças tinham algo de assimetria: blusas, casacos, saias, vestidos. Foi uma coleção jovem, mas jovem para todas as idades.
Em coletiva de imprensa antes do desfile, a estilista disse que está antenada com a era digital e que pensou na coleção para uma garota punk-rock. A garota pode ser punk, rocker, mas sempre tem algo sofisticado e fresh. Muitos looks foram feitos com tiras elásticas não costuradas por inteiro, deixando trechos da pele à vista.
Quase todos os looks são monocromáticos, em cores como verde, nude, cinza, azul, terra, caramelo, e sempre os brancos e pretos. Há também experiências bi e tricolores, mas poucas. Apesar de ser conhecida pelas roupas de moda festa, que não faltaram no fim do desfile, com sugestões até para noivas que preferem visual mais limpo, as calças compridas de Gloria respondem por grande parte das vendas. Dessa vez, ela apresentou modelos com duas texturas. Uma até pouco abaixo do bumbum, de um dos tecidos tecnológicos com que ela trabalha, e, a partir daí, couro, como se fosse o cano superalto de uma bota. A barra era levemente mais larga.
Para as festas, um luxo clean, sem afetação, desde vestidos com cristais somente de um dos lados até longos com xales de gazar desfiados, como estolas que faziam às vezes de golas. Seja na rua ou no tapete vermelho, Gloria Coelho desconstrói apenas alturas e sobreposições das roupas, nunca seu estilo, casual chique em essência.