Refugiado que desfilou no SPFW fugiu para não morrer

Jovem sírio desfilou pela grife do estilista Ronaldo Fraga e afirmou que “é preciso mostrar o que acontece no meu país”

26 abr 2016 - 11h04
(atualizado às 20h11)
Foto: Francisco Cepeda / AgNews

Ronaldo Fraga usou a moda para ir além das passarelas e das lojas ao enfatizar as histórias de dificuldades e superação dos refugiados, no desfile do São Paulo Fashion Week, na última segunda-feira (25). Para isso, contou com cinco deles na passarela, incluindo o sírio Nour Koeder, de 24 anos, que deixou seu país aos 18 “para não ter que entrar no exército e morrer”, como disse em entrevista ao Terra.

O estilista de vestidos de noiva teve seu dia de modelo para expor as guerras civis, étnicas ou religiosas que obrigam as pessoas a fugirem. “É importante para mostrar o que acontece no meu país”, disse ele, que entrou com uma bandeira que lembrava a da Síria amarrada como calça saruel e camisa branca com respingos de sangue estampados.

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Nour Koeder (direita), refugiado sírio, na passarela do São Paulo Fashion Week
Foto: Francisco Cepeda/AgNews

Primeiro, Nour foi sem a família para o Líbano. Depois, uma tia que vive no Brasil há 35 anos o convidou para vir para cá, onde está há dois anos. O jovem precisou superar a barreira do idioma, que conseguiu aprender em cerca de nove meses e hoje busca uma colocação profissional. “Trabalhei em fábrica de jeans no Brás, mas estou desempregado há dois meses.”

Ele não tem planos de deixar o Brasil por enquanto, mas também não vê maneiras de trazer a família, que está na Jordânia. “Está muito difícil, a vida é cara.”

Sim, o recado de Ronaldo e de Nour Koeder está dado.

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Fonte: Ponto a Ponto Ideias
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