O PMMA é uma substância chamada polimetilmetacrilato, conhecida popularmente como acrílico. "É um gel preenchedor definitivo que já foi muito utilizado em procedimentos estéticos no passado", afirma a Dra. Viviane Scarpa, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Quais os riscos do PMMA?
O PMMA é permanente, não compatível com o organismo e possui alta taxa de complicação a longo prazo, sendo que os problemas podem aparecer mesmo após anos da aplicação.
Essa substância pode favorecer complicações sérias, por exemplo, inflamações crônicas, infecções, deformidades, formação de nódulos e até mesmo necrose dos tecidos.
"Além disso, não conseguimos remover o PMMA de maneira isolada. Então, se necessária devido a complicações, essa remoção pode acabar danificando os tecidos preenchidos, causando deformação", completa a Dra. Mônica Aribi, dermatologista e sócia efetiva da SBD
O procedimento com PMMA ainda apresenta chances significativas de gerar insatisfação com os resultados.
"O processo de envelhecimento pode provocar mudanças estruturais que não são acompanhadas pelo produto, tornando-o mais proeminente e gerando efeitos inestéticos", destaca a Dra. Mônica.
Nesse sentido, Patricia comenta que o uso do PMMA em procedimentos estéticos é extremamente arriscado e deve ser evitado.
Alternativas seguras
No geral, os preenchimentos são seguros, desde que realizados com a substância e a técnica corretas.
"Apesar de ser aprovado pela ANVISA para fins estéticos e reparadores, o PMMA é hoje pouco utilizado em preenchimentos por dermatologistas e cirurgião plásticos e não é recomendado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Atualmente, a substância padrão para preenchimentos é o ácido hialurônico", afirma Aribi.
Diferentemente do PMMA, o ácido hialurônico é biocompatível, o que reduz os riscos de complicações.
"Além disso, quando há uma hipercorreção, podemos utilizar uma enzima chamada de hialuronidase, que age dissolvendo o ácido hialurônico", explica a Dra. Beatriz Lassance, cirurgiã plástica e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
"Mas é importante ressaltar que alguns estudos mostram que a substância não dissolve totalmente o produto, então, dependendo da quantidade de ácido hialurônico utilizada, algumas sessões podem ser necessárias", acrescenta Lassance.
Outra opção é a lipoenxertia, procedimento que envolve a retirada de gordura do próprio paciente por meio da lipoaspiração.
"Após tratada, essa gordura é reinjetada na pele para promover volume. Por isso, não tem risco de rejeição", diz a cirurgiã plástica.
"Apesar de não ser definitivo, apenas parte da gordura é reabsorvida, contribuindo assim para a manutenção dos resultados. A gordura ainda conta com células-tronco que promovem uma potente regeneração dos tecidos da região tratada", detalha a Dra. Beatriz.
Para evitar complicações, é indispensável tomar alguns cuidados, entre os principais, buscar sempre um profissional especializado.
"É necessário que a pessoa que realizará o procedimento seja um médico experiente e qualificado. Mesmo substâncias seguras, como o ácido hialurônico, podem gerar complicações se aplicadas incorretamente", orienta Aribi.
"Desconfie de preços muito abaixo do mercado, pois pode ser um indício que a substância que será utilizada não é de qualidade. Também tire todas as suas dúvidas com o médico, pergunte qual produto será utilizado e peça para ver o rótulo e a seringa antes da aplicação", finaliza a sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia.