Quem pensa que transplante de cabelo é só para os homens está enganado: o procedimento tem se tornado cada vez mais popular entre as mulheres. Segundo o grupo de cirurgia estética Transform, o público feminino constitui um terço dos pacientes submetidos à técnica e houve um aumento de 41% em consultas marcadas por elas em um ano. Mas vale dizer que, apesar dos números, nem todos os casos são bem-sucedidos. Os dados são do jornal Daily Mail.
Em uma pesquisa recente, 64% dos médicos disseram se deparar com mais pacientes mulheres com perda de cabelo nos últimos cinco anos. Isso pode ser atribuído a uma combinação de crescentes níveis de estresse, hormônios desequilibrados pelo uso da pílula, dieta extrema, anemia (deficiência de ferro), condições imunológicas, como alopecia (que pode ser desencadeada por estresse), e danos causados por tintura, apliques e alisadores de cabelo.
Durante o procedimento, que pode durar até nove horas, o médico corta uma tira fina de pele na parte de trás da cabeça e folículos pilosos são retirados de lá. Esses folículos, cada um contendo de um a cinco fios, são inseridos individualmente em orifícios de 3,5 mm na área com falta de cabelo.
Morwenna Shone, de 51 anos, do País de Gales, é um caso de sucesso. Seu pai ficou careca aos 21 anos e seus três irmãos seguiram o exemplo, mas foi um choque quando seu próprio cabelo começou a ficar escasso aos 40 anos. “Eu parei de socializar. Passei a evitar a cantina do trabalho e o vestiário porque os holofotes refletiam meu couro cabeludo branco brilhante”, contou. Quando sua filha ficou noiva, decidiu que não iria participar do casamento assim. Em dezembro de 2011 pagou £ 6.500 (quase R$ 25 mil) pelo transplante. Ela disse que o resultado valeu a pena e que pretende repetir o processo para preencher algumas áreas que faltam, basta só economizar dinheiro para isso.
A britânica Ellie Kidd, de 37 anos, está entusiasmada com sua franja espessa obtida com o transplante capilar. O procedimento custou £ 5.700 (quase R$ 22 mil) e durou quase oito horas. “Estava acordada o tempo todo. O anestésico local foi injetado em meu couro cabeludo, então não podia sentir nada”, contou. Ela foi avisada de que o cabelo podia cair como consequência do trauma do procedimento, mas que voltaria ao normal depois. “Fiquei careca por um tempo, não saía sem chapéu”. Hoje, está contente com o resultado. “A transformação é incrível.”
Ainda assim, como qualquer procedimento cirúrgico, existem riscos e não há garantia de que vai ser bem-sucedido. A maioria das clínicas reivindicam 92% a 95% dos enxertos vão dar certo e, uma vez estabilizados, devem durar para sempre, desde que o cabelo da área doadora permaneça espesso e saudável. “Mas se o processo de afinamento viaja para a parte de trás e nas laterais do couro cabeludo, o cabelo transplantado também pode ser afetado”, informou o médico Maurice Collins, do Hair Restoration Blackrock, na Irlanda.
O problema aconteceu com a britânica Elaine Nixon, de 40 anos. Há seis, conseguiu fazer o transplante, mas foi avisada de que poderia enfrentar a perda de cabelo no futuro. “Estava tão desesperada que me preparei para assumir essa aposta”, disse. No ano seguinte, fez mais um procedimento. Os benefícios só duraram quatro anos. Eventos estressantes colaboraram para a queda acentuada de cabelo. Ela voltou à clínica, mas o cirurgião se recusou a repetir o processo. Hoje, amarra um lenço na cabeça durante o verão para que o couro cabeludo não queime.