Manchas brancas pelo corpo, principalmente nos cotovelos, genitálias, rosto e nas extremidades, como mãos e pés, podem indicar a obstrução dos melanócitos, ou seja, as células que dão pigmento à pele e tem como principal causa a vitiligo, doença que causa lesões na pele e, apesar de não ser contagiosa, tem um efeito estético bastante desconfortável.
A boa notícia é que a evolução do tratamento tem conseguido resultados significativos no controle da doença. Em alguns casos, devolvendo até 100% da pigmentação da pele. "Já tivemos pessoas com repigmentação total das regiões lesionadas", revela Celso Lopes, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e médico do ambulatório de psoríase e vitiligo da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Embora não seja uma regra, já que a resposta satisfatória ao tratamento depende de cada paciente e do grau de evolução da doença, quando diagnosticada no início, cremes imunossupressores, responsáveis por diminuir as atividades no sistema imunológico, ou a fototerapia, realizada por meio dos raios ultravioleta A ou B, podem devolver a cor natural à pele.
Diagnóstico e cuidados
O sucesso do tratamento também depende do correto diagnóstico. A doença é dividida em dois grandes grupos: localizado e o generalizado. A partir desses núcleos, há sete tipos de lesões - vulgar, mista, universal, acrofacial, segmentar, focal e mucosa. É importante lembrar que o vitiligo não é uma doença exclusiva da população negra. Pode acontecer em qualquer grupo étnico e em qualquer idade, com maior incidência em pessoas até 30 anos.
No caso das lesões localizadas, as manchas de coloração branca crescem rapidamente e em poucos meses, mas estacionam. Já as generalizadas, são simétricas e evoluem em ambos os lados do corpo. A despigmentação pode ainda se expandir para outras áreas. "Em casos mais raros, a doença atinge de 75% a 100% da superfície da pele", diz o dermatologista.
Vale lembrar que os pacientes diagnosticados com vitiligo devem se proteger constantemente dos raios solares, pois com ela, o corpo perde a melanina, proteção natural contra os raios ultravioleta, deixando a pele ainda mais sensível. "Assim, as chances de gerar queimaduras graves nas manchas é muito grande."
Origem da doença
Ainda não há consenso sobre a causa do vitiligo. Por enquanto, o que se sabe é que é a doença pode desencadeada por fatores emocionais, sendo o estresse determinante para o aparecimento das lesões. "Hoje, conhecemos 18 genes envolvidos na causa do problema, mas o acúmulo de estresse é o principal desencadeante", afirma Lopes. O médico explica ainda que 20% dos pacientes diagnosticados com as lesões têm histórico na família. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Associação Nacional de Vitiligo, pelo menos 2% da população mundial já tem ou desenvolverá o vitiligo.
Agência Hélice,
Especial para o Terra