As molduras de gesso, também conhecidas como sancas, têm sido muito usadas pelos arquitetos por abrirem inúmeras possibilidades ao uso de luzes embutidas. Engana-se quem imagina que esse recurso é restrito a ambientes com pé-direito alto. Pode ser usado mesmo em cômodos que tenham a altura mínima exigida pelas normas brasileiras (2,5 m em áreas sociais e 2,3 m para banheiros).
“O lugar em que o gesso é instalado depende da personalidade do cliente, se quer um ambiente mais carregado ou mais clean. Depende também do conceito do projeto e de outros elementos do ambiente, como móveis e acessórios decorativos”, adianta o arquiteto André Bove, do escritório paulistano Raduan Arquitetura.
O modo mais comum de usar o material é rebaixando o teto, dispondo as lâmpadas de acordo com o projeto de iluminação. A moldura de gesso pode assumir diferentes desenhos–regulares, mais comuns, ou arredondados e irregulares. O mais adequado, segundo Bove, é deixar um espaço de 15 cm entre o forro e a sanca, o necessário para que a iluminação possa ser instalada – esse trabalho é mais fácil quando o pé-direito é maior, mas pode ser feito em outras situações.
O gesso rebaixado – mais encontrado nas áreas sociais, como sala, varanda e corredor – pode ficar no centro do teto ou encostado a uma ou até às quatro paredes do cômodo.
Uma alternativa é fazer uma estrutura embutida no forro, ou, pelo menos, que dê essa impressão. É o caso do rasgo no gesso ou sanca invertida, presente em áreas como cozinhas e banheiros. A diferença em relação à técnica convencional é que todo o teto é feito de gesso e deixa-se um espaço central que imita uma claraboia (o tal “rasgo”), de 15 cm de profundidade. Nessa abertura são instaladas duas fitas de LED que oferecem luz indireta e forte, a mais apropriada para esse tipo de ambiente.
Além disso, o gesso pode ser usado para fazer um cortineiro iluminado: o trilho da cortina é escondido por uma “saia” de gesso com iluminação de LED embutida. Isso evita que o tecido pegue fogo e oferece durabilidade ao projeto de iluminação. A iluminação da cortina dá um quê etéreo ao cômodo. O recurso vai bem em todos os ambientes, embora seja mais presente em salas e varandas.
Os tipos de gesso também devem ser levados em conta. Há dois: o gesso acartonado, de instalação mais fácil e rápida, mas um pouco mais caro, e o gesso de plaquinha, mais barato e mais fácil de nivelar, segundo Bove. O recomendável é que a decisão final seja feita depois de o gesseiro e o arquiteto analisarem o ambiente.