O apetite voraz de um pequeno grupo de lesmas e taturanas acaba com a beleza de qualquer jardim. Pior ainda, as últimas ainda causam queimaduras que, em casos extremos, podem até matar uma pessoa. Mas existem algumas medidas que ajudam a manter essas visitantes indesejadas bem longe das plantas e da família.
Como explica Francisco Zorzenon, diretor do Laboratório de Pragas Urbanas do Instituto Biológico do Estado de São Paulo, “as taturanas aparecem em tudo quanto é planta”. A única alternativa para combatê-las é o uso de agentes entomopatogênicos. Por trás do nome difícil, está uma ideia simples: trata-se de bactérias e fungos que podem ser espalhados pelas folhas – as taturanas morrem entre 48 e 72 horas depois de comê-los. Zorzenon ressalta que o agente é seguro e só tem efeito sobre as lagartas.
O especialista, no entanto, faz um alerta: não se engane com a morte das taturanas. “Mesmo mortas, elas ainda podem queimar.” Por isso, muito cuidado ao recolher os restos do bicho.
Se, no caso das taturanas, é preciso procurá-las para combatê-las, as lesmas – assim como os caramujos, que também são moluscos – facilitam muito o serviço ao virem direto para nós. Basta o incentivo certo. “Você pode embeber um pano em cerveja ou leite azedo, deixar durante a noite e, no dia seguinte, as lesmas estarão em volta”, explica Zorzenon. Assim como as taturanas, não se deve tocá-las, pois elas podem transmitir doenças. O ideal é colocar o pano embebido no líquido em cima de um plástico. Depois, é só recolher os moluscos e jogar fora.
O biólogo ressalta que se deve evitar uma arma muito utilizada contra as lesmas: o sal. “Se você jogar o produto em cima dos moluscos e eles estiverem num jardim, corre o risco de salinizar o solo e prejudicar as plantas.” Zorzenon recomenda cinzas (podem ser as de churrasco, mesmo). “Ela desidrata o animal, como o sal, mas não prejudica o solo.” Dá até para fazer um círculo de cinzas em volta das plantas que se quer proteger, afastando, assim, os visitantes esfomeados.