Esqueça os cobertores, tapetes e cortinas. Para quem tem asma ou rinite, menos é mais: menos móveis, menos objetos e, basicamente, menos coisas para limpar. Qualquer peça que acumule poeira pode provocar uma crise de espirros. Por isso, em quarto de alérgico é essencial reduzir os “cacarecos”, optar por materiais fáceis de higienizar e manter uma rotina de faxina rigorosa.
“Qualquer coisa que acumule pó está vetada. Procure evitar ou reduzir objetos como bichos de pelúcia, papéis e tapetes. A causa da alergia em 90% dos casos é o ácaro, que fica na poeira. Como ele é levado pelo ar, o mais indicado é não usar nada que espalhe pó. Por isso, nada de espanador na hora de limpar o quarto. O ideal é utilizar um aspirador de pó de alta potência e um pano úmido para que a poeira não fique suspensa”, recomenda a alergista Renata Rodrigues Cocco, médica do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e especialista em alergia e imunologia clínica pela Escola Paulista de Medicina.
Além de evitar objetos que acumulem pó, opte por peças e materiais fáceis de limpar. Assim, na hora de escolher a roupa de cama, dê preferência para os edredons em vez dos cobertores felpudos. E, na hora de dormir, evite usar a colcha que ficou o dia todo na cama.
Outra dica é cobrir o colchão e o travesseiro com capas laváveis de algodão ou PVC. Elas não são quentes nem fazem barulho. A de PVC pode ser limpa com um pano úmido diariamente e a de algodão pode ir para a máquina de lavar junto com a roupa de cama uma vez por semana. “É importante fazer a limpeza sempre, porque, por mais que você passe o aspirador e coloque o colchão no sol, o ácaro vai continuar lá no meio da espuma”, alerta a médica.
O PVC também é uma boa pedida para o piso. O chão do quarto deve ser fácil de limpar, por isso evite tapetes e opte por um piso vinílico, que pode ser limpo com um pano úmido. Esta foi uma das saídas encontradas pela designer de interiores Karina Vargas, do paulistano Estudio Gloria, para decorar o quarto de uma criança que sofria de problemas respiratórios.
No lugar dos bichinhos de pelúcia, ela enfeitou o ambiente cobrindo as paredes e as portas do armário embutido com quadros e adesivos com imagens de corujas. E para controlar a iluminação natural do cômodo, ela evitou as cortinas de tecido e optou por uma persiana de lâminas, que dá para limpar com um pano umedecido com água ou álcool. “Como a criança tinha uma alergia forte, optei por equipar o quarto com móveis e objetos que podem ser lavados ou limpos. Explicamos para ela que não era possível encher o lugar com bichinhos de pelúcia”, conta a designer.
Pisos vinílicos e persianas de lâminas, no entanto, não são as únicas opções para quem quer espantar os ácaros. A arquiteta Rafaela Beatriz Mafra, do escritório Arbos Arquitetura, de Itajaí, Santa Catarina, recomenda piso laminado para o chão e persiana com tela solar de acrílico ou PVC para as janelas. “Esse tipo de persiana parece um toldo com furinhos que você puxa verticalmente. O material facilita a limpeza e bloqueia a luz solar, mas não substitui o blackout ou veneziana”, explica a arquiteta.