As fortes chuvas de verão, tão comuns no Brasil, costumam ser acompanhadas pelos raios que cortam o céu e podem causar estragos quando atingem áreas desprotegidas. Nem mesmo dentro de casa uma pessoa está totalmente a salvo desses fenômenos naturais e, em alguns casos, a única forma de ficar completamente seguro é instalar um para-raios no imóvel.
Ao contrário do que muita gente imagina, os para-raios servem para proteger os moradores de descargas elétricas, e não os equipamentos eletrônicos, explica Edson Martinho, diretor executivo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel). “Apesar de não ser muito comum, é, sim, possível que uma pessoa seja atingida por um raio dentro de casa. Já os eletrodomésticos são protegidos pelo DPS, que é instalado no quadro de força e corta a energia em caso de sobrecarga, religando logo em seguida”, diz Martinho.
Para avaliar a necessidade de instalar um para-raios, é preciso fazer um estudo da edificação. Este trabalho é realizado por um engenheiro eletricista, que vai analisar os arredores do imóvel para ver se a área tem potencial para atrair as descargas elétricas e calcular a incidência de raios da região. Isso vale tanto para casas quanto para prédios.
“Não é muito comum instalar para-raios em casas, a não ser que estejam em um lugar muito isolado e no alto de um morro, por exemplo. Já em prédios, este equipamento é obrigatório na maioria dos casos, mas um laudo técnico pode apontar exceções”, explica Martinho.
Existem dois modelos de para-raios no mercado: a gaiola de Faraday e a haste de Franklin. O segundo oferece uma proteção menor e pode funcionar de maneira complementar ao primeiro. Os preços variam, mas um bom sistema de prevenção não sai por menos de R$ 2 mil.
Além destes dois tipos, também existe o para-raios radioativo, que foi muito usado no País no começo dos anos 1980, mas hoje está proibido por conta da radiação que emite e por ser pouco eficiente. “As pessoas que ainda contam com eles devem entrar em contato com um órgão especializado, como o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN) para fazer a remoção”, finaliza Martinho.