Há poucas coisas melhores do que uma boa noite de sono após um dia cansativo – e poucas coisas piores que o zunido de pernilongos interrompendo o que era uma boa noite de sono. E, mais do que incomodar com sua irritante sinfonia ao pé do ouvido, esses mosquitos podem transmitir algumas doenças.
O professor Carlos Fernando de Andrade, especialista em controle de insetos do Departamento de Zoologia da Unicamp, explica que são duas as principais espécies de pernilongos que frequentam as casas. O Culex, de hábitos noturnos, e o Aedes aegypti, que transmite a dengue e tem hábitos diurnos. “Como os insetos são animais de sangue frio, eles ficam mais ativos nas estações quentes, quando temos que redobrar nossa atenção”, diz.
Ambos costumam invadir as residências durante o dia, e se abrigam em lugares escuros e úmidos, aguardando o melhor momento de entrar em ação. Entre os espaços preferidos por eles estão armários embutidos e gavetas. “Infelizmente, a única maneira realmente eficaz de evitar que eles entrem em casa é instalando telas nas portas e janelas. Mas, uma vez que eles estejam dentro, todos os outros métodos são paliativos”, afirma.
Ele cita como exemplo as velas de citronela, amplamente usadas, mas de eficiência bastante restrita. “Seu raio de ação é de no máximo um metro em torno da vela – e ainda assim ele é suscetível ao vento, que pode levar a essência para apenas um dos lados. Então, é preciso estar atento, pois muitas pessoas acendem a vela no quarto e acham que a casa toda está protegida.”
Mas por que os insetos insistem em rondar nossa cabeça? É que são atraídos pela respiração durante o sono. Nesses casos, um ótimo aliado pode ser o ventilador e o ar-condicionado. “Se a temperatura do ambiente for baixa, eles terão menor atividade, garantindo uma noite mais tranquila para os moradores.”